Boyhood

Há mais de um mês atrás, fui ver o mais recente filme de Richard Linklater, o mesmo da trilogia "Antes de..." e um dos meus realizadores favoritos. As expectativas eram mais que muitas, ou não fosse este um projecto único, seguindo a história de um rapaz em tempo real, desde os 5 aos 18 anos, numa filmagem que durou 12 anos. A premissa é extraordinariamente simples e, ao mesmo tempo, genial. Quase que um documentário, centrado na vida de um rapaz que poderia ser qualquer um de nós. Como seria ver a nossa vida compilada de tal forma?...
Não sei se foi por causa das altas expectativas ou do mau humor que me tem assolado ultimamente (há já uns meses), mas certo é que não fiquei particularmente impressionada (e custa-me muito dizer isso). Toda a parte inerente à ideia original do filme é brilhante, porque ver os actores/personagens a crescer, amadurecer em frente aos nossos olhos oferece um sentimento de realidade ao filme que é difícil de superar. Mas o que me desagradou e me fez revirar os olhos em algumas partes do filme são as ideias pseudo-intelectuais debitadas pela personagem principal na busca daquilo que o define enquanto pessoa. Talvez esteja a ser demasiado exigente e deva ter em consideração que estamos a falar de um adolescente (e é preciso sempre dar o desconto necessário a tais casos). Mas houve alturas em que realmente parece uma colecção de psicologias baratas - com particular ênfase para a cena final.
Tendo dito isto, não quero de forma alguma dissuadir quem quer que seja de ver este filme. Vale muito a pena e, como disse, a ideia que lhe serve de base é brilhante. Mas, como dizem cá por esta terra, you have to take it with a grain of salt.

Chef

Há umas semanas regressei às salas de cinema - já lá iam uns meses desde a última vez. A altura do ano não é a melhor para ver filmes de qualidade, mas já estava com saudades. O filme acordado entre todos foi este Chef, filme de e com Jon Favreau, que eu achei ser um gajo francês mas afinal é mesmo americano. O filme é uma daquelas americanadas onde tudo acaba bem e no fim eles casam, mas até é vagamente interessante à conta de girar à volta de comida e de música - e por fazer uma roadtrip pelos Estados Unidos. O "herói" reconcilia-se com a sua vocação, que é cozinhar, e ao mesmo tempo descobre o seu papel como pai. 
É um filme levezinho, que não (pre)enche muito espaço na nossa mente. Vale como entretenimento, o que já não é nada mau. E tudo está bem quando acaba bem.

Passeios pelo sol do Báltico

Riga

São Petersburgo

Tallinn

Há cerca de um mês atrás rumei a norte, para umas férias no Báltico. Terras para mim, até então, desconhecidas, o que torna a viagem imediatamente muito mais interessante. Não sabia bem com o que contar, porque o grau de preparação para a viagem foi a modos que nulo. Mas o importante é estar bem-disposta e ter um espírito aberto, não?...
A primeira paragem foi em Tallinn, capital da Estónia. Cidade muito pitoresca, cheia de torreões, qual conto de fadas. As ruas limpas e organizadas parecem mostrar que a cidade está mais do que bem preparada para receber visitantes. E, realmente, é assim que uma pessoa se sente: bem-vinda. 
Dois dias depois, ala para Riga, capital da Letónia. Apesar de ser bastante perto, é uma cidade completamente diferente: grande, muito grande, com todo o tipo de bairros, muito mais cosmopolita, por assim dizer. É uma cidade de contrastes, desde o bairro Art Nouveau, com uma colecção impressionante de edifícios desse género arquitectónico, até à "inspiração" soviética, patente um pouco por todo o lado mas mais evidentemente nos bairros a este do centro. É uma cidade muito interessante e, infelizmente, ficou muito por ver (culpa de desacertos de horários).
A última paragem foi São Petersburgo, pérola do Báltico (ou talvez não), cidade monumental fundada pelo czar Pedro, o Grande, no século XVIII. Acho que se sente que é uma cidade "recente", imponente na forma como foi construída. É sem dúvida uma cidade bonita e interessante, com o rio Neva e todos os canais. E diz que é culturalmente a cidade mais rica da Rússia. Seria, com certeza, uma cidade muito mais agradável se as pessoas fossem mais simpáticas. É, de longe, o sítio onde tive que lidar com as pessoas mais antipáticas, mal-educadas e imprestáveis (não tenho bem a certeza se esta palavra existe!), o que tornou a estadia bastante menos agradável. Ainda assim, claro que valeu imenso a pena - conhecer uma cultura diferente, sentir os traumas de um país que os tem a rodos, ver a luz do norte (que é algo de tremendamente diferente)...
No geral, foram uma belas férias, embora muito cansativas. Houve sempre sol e bom tempo, boa comida e muito passeio. E, está claro, boa companhia. Agora, só falta a praia.

Um dia em números

31 de Julho. 32 anos.

73 desejos de feliz aniversário em publicações no Facebook.
7 e-mails.
5 mensagens via Facebook.
3 sessões de Skype.
2 mensagens via Skype.
12 SMS.
3 telefonemas.
1 postal via correio.
1 postal escondido no caderno de laboratório.
2 presentes via correio.
2 presentes em mãos.
1 presente à espera durante uma semana no quarto ao lado.
10 mensagens via Whatsapp. Uma mensagem de voz com parabéns cantados pela mãe e pela irmã.
Parabéns cantados pela família pela manhã, parabéns cantados pela família ao final do dia.
Um jantar, quatro amigos.

Obrigada a todos, por fazerem de hoje um dia um bocadinho menos igual a ontem, ou amanhã.