As minhas leituras não têm andado particularmente prolíferas. Muita preguiça é no que dá. Mas este "Homem na Escuridão", de Paul Auster, conseguiu retirar-me momentaneamente desse marasmo e, durante uma semana, andei entretida com a sua leitura.
O livro é bem ao jeito de Auster (como algumas pessoas dizem, todos os seus livros são vagamente semelhantes...) - um narrador que facilmente se identifica com o escritor, e que conta uma história dentro da história.
August Brill é um homem nos seus 70, 80 anos, que vive com a filha e a neta. Crítico literário, vive atormentado com o seu passado, se bem que lá não está nenhum segredo oculto. Há apenas as memórias e as ausências do presente. E para não pensar nelas, August conta-se histórias, inventa enredos e personagens. Que ganham vida na sua imaginação. Assim passa as noites de insónia, que teimam em persegui-lo. E que perseguem também a sua neta, essa sim atormentada por acontecimentos recentes.
Estão lá, assim, todos os ingredientes típicos de Auster. Os enredos familiares (mais ou menos desfeitos), a procura da catarse por auto-inflingido sofrimento, as histórias em espiral sem que se perceba muito bem onde está a realidade...
Gostei do livro, que é bom de se ler. E também gostei de ter ultrapassado a minha apatia, mesmo que tenha sido por apenas uma semana. Pode ser que lhe ganhe o gosto.
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