Visto que o nosso hotel é muito perto da zona onde estão concentradas as maiores "atracções" de Amman, podemos fazer tudo a pé. O que sabe bem depois destes dias todos a viajar de táxi. Descemos a rua e, por entre ruas animadas e repletas de lojas, abrimos caminhos em direcção ao Teatro Romano. Também aqui há um, e por sinal o maior do país. Noto, ao caminhar pelas ruas, que há muitas lojas de roupa "ocidental" para homem, mas nenhuma para mulher. Admiro-me mais uma vez ao perceber estes "pequenos" detalhes que muito dizem sobre o papel da mulher na sociedade jordana. Principalmente se considerar o quão moderna a família real parece ser (como mostra, por exemplo, o historial de divórcios do falecido rei Hussein). Imagino que estando na parte mais antiga e, possivelmente, conservadora da cidade seja "normal" dar-me conta destes pormenores. E conto que haja uma outra Amman, mais cosmopolita, onde os comportamentos sejam menos restritivos.
O Teatro Romano, esse, está inserido no sopé de uma das milhentas colinas da cidade, a dominar o cenário. É realmente grande e está muito bem conservado. Há vários grupos de crianças e adolescentes a visitar, bem como pequenos grupos de locais a aproveitar a sombra. É um cenário interessante. Subo os vários lanços de escadas para ver a vista lá de cima. Consigo ver a Citadela e as colunas do templo de Hércules, na colina em frente. E consigo apreciar melhor a dimensão do espaço. É impressionante pensar que, há quase 2000 anos atrás, a sociedade já estava de tal forma evoluída que se construíam lugares de entretenimento grandiosos como este (e outros).
Depois de um momento bom a observar os locais, e de explorarmos os dois pequenos museus na base do teatro, encetamos aquela que é descrita como uma subida muito íngreme até à Citadela. Seguimos aquele que nos parece o caminho mais óbvio (e perto) e acabamos a passar por quintais de casas privadas, e entramos incógnitos na Citadela, na zona de um miradouro. Não se preocupem que o bilhete estava incluído no Jordan Pass, que compramos antes da viagem, e assim não prejudicamos ninguém. Mas não deixa de ter a sua piada, entrar à socapa sem querer.
Na Citadela, encontramos vestígios das diversas "vidas" da cidade de Amman. Primeiro na pré-história, quando o seu nome era Rabbah-Ammon; depois como Philadelphia na altura dos Romanos; e finalmente como Amman a partir do período Islâmico e até aos nossos dias. As vistas panorâmicas da cidade são impressionantes pela sua dimensão. Amman é realmente uma cidade muito grande.
Depois de uma manhã de cultura e ruínas, estamos prontos para almoçar e gastar dinheiro! Rumamos até à Rainbow Street (baptizada com esse nome graças à existência do cinema Rainbow numa das suas extremidades), alegadamente local primordial de socialização. Hoje, e ao início da tarde, parece-nos estranhamente calma. Não sei se será da hora ou se é sempre assim. Mas a nossa ânsia por produtos típicos e lojas interessantes fica por cumprir, porque depois de fazermos a rua em ambos os sentidos, continuamos sem ver nada de especial. Uma pequena desilusão. No entanto, visitamos uma loja simpática de produtos de beleza naturais (à base de minerais do Mar Morto), na qual perdemos um pouco a cabeça - e a qual nos faz perceber o quanto fomos "levados" nas compras anteriores que fizemos. Enfim... Para terminar a rota das compras, acabei numa mercearia a comprar salva seca, omnipresente chá que por cá bebem. Já que a minha acabou, reponho os stocks com salva vinda directamente da Jordânia.
E assim terminam umas férias muito bem passadas. Um país muito bonito, acolhedor, e com muito para oferecer e explorar. Fica tanto por fazer... mas tanto melhor, porque assim há sempre uma razão para voltar.
Teatro Romano em Amman |
Teatro Romano em Amman (vista do topo) |
Templo de Hércules (Citadela) |
Amman vista da Citadela |
Rua de Amman |