Segundo dia em Petra. Acordar tardio, após uma noite não muito bem dormida (mesmo sem acordar com o chamamento para as orações às 4h da manhã). Pequeno-almoço que parece uma mistura entre oriental e ocidental, com manteiga e doce a acompanhar o
flatbread típico daqui. Húmus e falafel não faltam também, mas o estômago não está preparado para tais aventuras. Ainda.
De seguida, vamos à procura de mantimentos para a jornada, que se adivinha longa, por Petra. Fruta comprada a um senhor velhinho, muito fotogénico, que pouco fala de inglês. Também não é precisa grande comunicação, apenas perceber o preço e pagar. Um pouco mais abaixo, encontramos a padaria local. De repente, estamos envolvidos numa miríade de bolos, pão de vários tipos, baclavas. Os olhos comem, e o nariz também! Tentamos não ser garganeiros e apenas compramos uns bolos recheados de queijo, a fazer espécie de almoço improvisado.
Seguimos caminho, pela mesma estrada curvilínea que ontem percorremos por duas vezes, em cada sentido. O dia promete e há muito para ver. Mas primeiro há que atravessar o Siq e passar o Tesouro, caminho que (também) já fizemos por duas vezes.
À terceira visita de Petra, finalmente chegamos ao dito centro da cidade, com a sua rua colunada. Ao longe, na montanha, vemos os túmulos, mas essa visita não é para hoje. Hoje o plano é o Mosteiro, bem lá no cimo e escondido pela montanha - são alegadamente 800 degraus até lá em cima, e com certeza demoramos o nosso tempo a lá chegar! Caminho íngreme, pisando pedras coloridas, constantemente a desviarmo-nos dos burros que transportam os mais preguiçosos até lá cima (e para baixo também). Uma animação, pontuada por pequenas barracas de
souvenirs, onde vejo, pela primeira vez, mulheres a "trabalhar". "Venha cá, venha cá. Tudo muito barato, um dinar." Continuo a perguntar-me o que custaria um dinar - toda a parafernália de pequenos objectos e bijuteria nitidamente não local? Não sei. Ficarei na dúvida.
As vistas pelo caminho são de cair o queixo, com os
canyons a sucederem-se e as montanhas a deixar entrever o que de Petra deixámos para trás. Mas, no cimo, espera-nos algo muito mais grandioso: o Mosteiro, está claro, construído em estilo semelhante ao Tesouro mas maior (e com uma praça quase vazia à sua frente); mas, principalmente, a envolvência de maciços rochosos que transforma o local em algo muito mais especial do que "apenas" um dos pedaços arquitectónicos de Petra. Aqui a Natureza é rainha. Esqueçamos os Nabateus por uns momentos e concentremo-nos em absorver a calma e grandiosidade (natural) do local.
"A melhor vista de Petra." - pode ler-se em diversas indicações improvisadas. Confuso perceber qual será a melhor, mas são todas impressionantes. Apetece ficar mais um bocado. Aquecida pelos raios de sol (que brilha sempre). Mas espera-nos ainda uma longa viagem de regresso, logo é preciso partir. É o problema de Petra, obriga-nos a voltar sempre ao mesmo sítio, a repetir os lugares, o que acaba por cansar desnecessariamente. Mas com tanta beleza à volta, será isso verdadeiramente importante?
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A rua principal, com os túmulos ao fundo |
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Subida para mosteiro, com os omnipresentes burros |
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Cores de Petra |
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Os túmulos ao fundo na subida para o Mosteiro |
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O Mosteiro! |
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"A melhor vista de Petra" - por aqui |
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Um chá na montanha |
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Petra ao entardecer |
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