Começou o Lisbon & Estoril Film Festival. Mudou de nome e passou a incluir Lisboa no seu itinerário. À procura de maior visibilidade? Ou apenas uma forma do produtor Paulo Branco rentabilizar as "suas" salas de cinema (Medeia)?...
O cartaz de este ano, tal como nos anos anteriores, deve referir-se, é muito bom e inclui ante-estreias de vários filmes que irão marcar a cena cinematográfica deste final de 2011. Boas são também as retrospectivas propostas que incluem, entre outros, artistas como Wes Anderson (do qual muito gosto) e Leos Carax. E é precisamente este último que realizou o filme de que vou falar.
Les amants du Pont Neuf é um filme que já anteriormente me despertou a atenção. Porquê ao certo, não sei. Mas quando vi que passaria num sábado à tarde, pareceu-me um plano perfeito para uma tarde chuvosa. E, por isso, lá fui.
O filme conta a história de Alex e Michele, dois sem-abrigo em Paris. A Pont Neuf, em período de recuperação (nos idos 1991...), serve de casa a este casal improvável. Alex, viciado em álcool e sedativos, foi em tempos um acrobata. Michele, pintora, está nas ruas por razões pouco óbvias, enquanto a sua visão se deteriora de dia para dia. O amor nascerá entre eles, com Michele a tornar-se cada vez mais dependente de Alex, à medida que perde a visão. E o medo de perdê-la irá conduzi-lo a medidas desesperadas...
Imagens belíssimas de uma Paris que já não existe percorrem o filme, habitam-no. Como uma cidade se transforma em 20 anos... Mas com uma imutável beleza, sem dúvida. O filme não me fascinou. É um bom filme, mas não houve grande empatia, não sei bem porquê. Mas é um filme que vale a pena, quanto mais não seja por uma Juliette Binoche extremamente nova e por um cenário a que é difícil ficar indiferente.
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