O primeiro livro de 2012. Mas tenho que dizer que a sua leitura começou ainda no ano anterior, de forma que não sei se é completamente correcto chamar-lhe "o primeiro livro de 2012". Mas, também, parece-me essa uma questão muito pouco relevante!
Por esta altura, já toda a gente que lê este blog sabe que gosto muito de Paul Bowles e dos seus livros. É um autor que me inspira. Este livro que li agora, "The delicate prey", estava na prateleira há uns bons 3 anos... Infelizmente, começam a rarear nas minhas prateleiras livros que ainda não tenha lido! (há que renovar o stock) Este veio directamente de Paris, até porque não é assim tão fácil encontrar livros deste senhor cá em Portugal, e nem todos estão sequer traduzidos para Português.
"The delicate prey" é um livro de contos, ou pequenas histórias, se quisermos fazer uma tradução literal. Os primeiros dois terços de histórias têm cenários americanos (seja América do Norte ou do Sul), mas a última parte move-se em terrenos africanos (ou, pelo menos, fica essa ideia). Se as histórias são relativamente "avulsas", não tendo propriamente um fio condutor, há no entanto algo que salta à vista, e que se prende com a sua crueldade. Isso mesmo, crueldade. Há sempre um pormenor desagradável, algo que não bate certo, um final que não é feliz. Mas não é um livro triste ou depressivo, nem sequer mete medo. Dá-me a sensação que, se calhar, é um livro que retrata histórias que poderiam acontecer a qualquer um de nós, em qualquer altura. Histórias de pessoas que habitam este nosso mundo real (qual?...). Esse pensamento, sim, pode ser um tanto ou quanto assustador.
Gostei mesmo muito desta leitura. Bowles tem um estilo de escrita que me seduz, muito visual e descritivo - a minha imaginação voa, literalmente! Não sei se existe tradução deste livro para Português, mas aconselho vivamente a sua leitura. Vale mesmo a pena.
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