Tabu


Isto de ficar uma quase eternidade sem escrever neste blog tem muito que se lhe diga. Entre falta de tempo, falta de vontade, e duas semanas fora, o resultado foi este!
Antes de ir de férias (e antes mesmo da Páscoa), fui ver este "Tabu" com a Raquel, de passagem pelo nosso Portugal. Dia de estreia, imagine-se lá!!! :)
Claro que havia expectativas, boas e más. Por um lado boas, por todo o reconhecimento internacional que o filme de Miguel Gomes teve, nomeadamente no Festival de Berlim. E más porque sou um bocadinho desconfiada em relação a todo o cinema português (e sim, sei que é muito triste e preconceituoso da minha parte afirmar uma coisa destas - estou a tentar mudar a minha opinião). Mas é com filmes como este que a minha opinião vai começando a mudar.
Ao início, desconfiei. Uma espécie de introdução meia teatral deixou-me pouco à vontade. Mas, entretanto, o filme começa a desenvolver-se. Duas partes, uma num qualquer presente próximo, a segunda num passado longínquo em África. No sopé do monte Tabu. Na primeira parte, temos um filme "normal", com personagens e diálogos, na segunda parte apenas temos narrador e ruídos de fundo. 
Nem sequer me tinha apercebido deste facto, no início. E não, não é de todo estranho. Porque a perspectiva que o realizador (permito-me pensar assim) quer dar é de uma certa distância emocional em relação ao que aconteceu nesse passado - como se fosse um recalcamento.
A memória já não me deixa falar de muitos pormenores. Mas gostei muito do filme, tanto em termos estéticos como em termos de história e a forma como é contada. Gosto das imagens a preto-e-branco, tão saturadas que quase transpiram para fora da tela. E gosto da história de amor.

Há bom cinema português por aí. Só é preciso não ter preconceitos.

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