É verdade que já lá vai algum tempo desde que "a música mexeu" na cidade de Lisboa. No seguimento daquela que foi uma intensiva época de concertos, a ida à versão lisboeta do Vodafone Mexefest (depois de, em Março, ter ido à versão portuense) foi o fim desse ciclo, e um fim muito feliz. O formato deste festival de música agrada-me. Claro que quando se quer muito ver um determinado concerto, particularmente se for concorrido, pode ficar-se um pouco frustrado... Mas o melhor de um festival com este formato é precisamente percorrer as diversas salas (algumas das quais nem sequer costumam receber este género de eventos) e deixar-se surpreender pelo que aí estiver a acontecer no momento.
Foi com esta ideia em mente que rumei até à Avenida da Liberdade e zonas adjacentes. Claro que, em relação ao concerto dos britânicos Alt-J, o sentimento era diferente - não queria por nada perder a oportunidade de ver este quarteto ao vivo, que foi uma das melhores descobertas musicais deste ano de 2012. E não perdi. Antes houve tempo para assistir a cerca de metade do concerto de Samuel Úria, personagem que muito aprecio, e ouvir as músicas que em breve estarão por aí, no segundo álbum do cantor de Tondela. Depois, nem sequer houve um levantar da cadeira, não fosse alguém roubar o lugar!!! O concerto de Alt-J seguiu-se, com o público ao rubro. Passaram por todo o álbum de estreia, Awesome Wave, e ainda por algumas versões (por mim identificadas como "These Days", de Nico, e "Slow", de Kylie Minogue; mas posso sempre estar enganada!). Gostei muito do concerto, mas sinto que, de alguma forma, não estava no meu ambiente ou no melhor dos humores para poder usufruir plenamente do concerto. Após este concerto, ainda houve tempo para espreitar Gala Drop no Maxime, o que valeu bastante a pena, até porque é um espaço do qual gosto. Fim do dia 1, amanhã há mais.
Segundo dia de concertos, desta vez sem um objectivo principal, embora tivesse gostado de espreitar os Django Django, o que não aconteceu devido à lotação mais do que esgotada do espaço! Ainda assim, deu para conhecer a Casa do Alentejo, onde tocava The Nicotine's Orchestra (liderados por Nick Nicotine, personagem interessante do Barreiro), com um som do qual muito gostei. Depois, subir um pouco a rua, até ao Ateneu, para ver Petite Noir, esse sim o grande momento da noite (e, muito provavelmente, do festival). Este rapaz de 21 anos faz uma música de alguém que tem muito para dizer. E eu estou cá para ouvir... Denso, algo negro (ou não fosse fazer jus ao nome), vibrante. Tem futuro, com certeza. Erro nosso, resolvemos deixar este a meio e ir tentar a nosso sorte com Django Django, o que não aconteceu. Assim, vimos as últimos músicas de Noiserv no São Jorge e depois aproveitámos para ficar mesmo por lá. Primeiro, num concerto de uma banda holandesa meia folk meia qualquer coisa desinteressante, depois no concerto de Efterklang, que não sendo uma banda da qual goste particularmente, fez um espectáculo de se lhe tirar o chapéu!!! Verdadeiros entertainers, sabem como manter o público entusiasmado e a vibrar. Assim terminou o Mexefest da cidade de Lisboa, com um saldo muito positivo. Foi uma boa despedida. E obrigada aos primos queridos que ofereceram o bilhete e uma óptima companhia.
Sem comentários:
Enviar um comentário