Último livro que comprei antes de vir para Berlim. E sim, é verdade, regressámos aos Beat. Se calhar, até tenho algum tipo de fascínio por estes escritores...
Este livro tem um contexto importante e interessante, que eu desconhecia até o ler. Antes do desabrochar, propriamente, da Geração Beat, da qual Kerouac, Burroughs e Allen Ginsberg representam os nomes maiores, houve um acontecimento trágico que marcou, provavelmente, o desenrolar da história (minúscula ou maiúscula?...) - a morte de David Kammerer às mãos do jovem Lucien Carr, eles que protagonizavam uma relação excessiva, bem ao jeito dos Beat. E é precisamente a este acontecimento que Kerouac e Burroughs vão buscar a sua inspiração para escrever "E os hipopótamos cozeram nos seus tanques" a duas mãos, livro este que ficou perdido para publicação durante mais de 60 anos e que chegou, neste ano de 2013, a Portugal.
A escrita a duas mãos é bastante interessante porque nos vai dando duas visões distintas dos mesmos acontecimentos. Claro que o livro é, de determinada forma, autobiográfico, porque cada um dos autores conta a história consoante a viu e viveu. Mas claro que também há muito de ficcional nesta escrita. O leitor fica, assim, como que no meio da ponte, entre realidade e ficção.
Foi uma leitura da qual gostei. Faz um retrato da vida em Nova Iorque nos anos 1940, Segunda Guerra Mundial, excessos atrás de excessos... E de como este ambiente influenciou uma geração de escritores e artistas.
Sem comentários:
Enviar um comentário