Em trânsito pelo aeroporto de Colónia, sem nada para fazer e na perspectiva de mais um voo de 3 horas até Lisboa, resolvi-me a espreitar os livros que por lá andavam, numa das milhentas lojas que povoam o dito cujo. Chamou-me a atenção o mais recente livro de Ian McEwan, Sweet Tooth, o qual trouxe comigo. E aí começou mais uma leitura ávida, como é costume quando o livro é interessante e a cabeça está suficientemente em paz para poder assimilar a informação extra.
Estamos em plena Guerra Fria. A heroína desta história, Serena, é uma miúda oriunda do interior de Inglaterra, ansiosa por viver uma vida de glamour. Esse desejo leva-a a integrar o MI5, mas só no momento em que lhe é dada a missão Sweet Tooth é que Serena começa realmente a viver o seu "sonho" - tem que escolher um jovem escritor promissor cuja ideologia seja conveniente a um apoio velado do MI5 (e reportar as suas actividades, claro está). O desenvolvimento de uma relação pessoal entre Serena e o dito escritor irá pôr em causa a identidade de Serena e colocá-la numa situação difícil de gerir...
É um livro bem escrito, ou não se esperasse outra coisa de Ian McEwan. O seu estilo consegue ser tão variado que por vezes tenho dificuldade em reconhecê-lo. Mas é bom ler a obra de um escritor que, aparentemente, arranja inspiração em assuntos tão díspares. Refrescante, no mínimo. E talvez encontre nos finais inesperados a "imagem de marca" dele. Porque aqui temos outro, com certeza.
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