Porto, Lisboa, Londres. Depois de 2003 e 2009, chegou a vez de ver os Tindersticks pela terceira vez, quase exactamente 10 anos depois da primeira. Nada é por acaso, poderia dizer. Todos os concertos tiveram circunstâncias muito diferentes, companhias diferentes, idades e maturidades muito diferentes também. Mas há algo na minha relação com esta banda inglesa que se mantém intemporal. Creio que é a capacidade que eles têm de me transmitir emoções (vulgo, emocionar). Como se a voz de Stuart Staples fosse capaz de activar qualquer coisa dentro de mim, algo maior do que o tempo ou as experiências de vida. Talvez por isso tenha sentimentos contraditórios em vê-los ao vivo, porque por vezes é mais fácil fugir ao que se passa cá dentro...
O concerto do passado dia 25 não foi excepção. Houve lágrima no canto do olho e queixo a tremer (engolindo em seco para ninguém notar). Porque as emoções são difíceis ou simplesmente porque é difícil sentir. É uma escolha que tem que se fazer por vezes, esta de enfrentar o passado, as memórias e até nós mesmos. Porque fazem parte de nós.
E assim, apesar do tumulto, é bom perceber como há coisas que não mudam. Como a ressonância dessa voz, Mr. Staples.
E porque devo um comentário à minha colega de casa (que me acompanhou nesta "aventura"), aqui vai uma pequena apreciação em inglês.
10 years after that first time in Porto, back in October 2003, I came to see Tindersticks for the third time. Now in London - different country, different company, a different "me" perhaps. All true, but somethings never really change. And inside me, it is always that same turmoil when I listen to that deep voice that seems to go directly into my brain (and never wanting to leave). And even though the setting was completely different, the feeling was exactly the same when I got to Barbican and listened to those songs that are part of my past, my memories of something that once was. I do not really know if I should be happy or sad about it, but I guess sometimes you do need to step from the numbness and face the world. And this was one of those moments.
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