Novamente, demorei cerca de 3 meses para ler um livro. Não houve falta de interesse, quanto muito houve falta de tempo...
Berlin 1961 foi dos livros mais interessantes que já li. E há várias razões para isso. Primeiro (e talvez a razão mais importante), pelo tema - o livro concentra-se nos acontecimentos políticos de 1961 que levaram à construção do muro de Berlim. E este é um dos temas histórico-políticos que mais desperta o meu interesse, talvez pelo facto da queda do muro ser o primeiro acontecimento histórico do qual tenho memória (tinha 7 anos no ido ano de 1989). Mas também pelas marcas que o muro deixou, não só em Berlim, como em toda a Alemanha e também na Europa. Na minha cabeça, e até ler este livro, era um acontecimento sem explicação - um muro a dividir uma cidade a meio. Porquê?
Logo por aqui, podem perceber que a motivação para ler este livro era muita. E muito aprendi ao lê-lo. Como por exemplo, que a construção do muro não foi uma inevitabilidade, como Kennedy provavelmente achou (o presidente americano chegou a dizer que comparativamente à alternativa - guerra nuclear - um muro em Berlim foi uma solução pacífica). Mas mais provavelmente o fruto das personalidades de Khrushchev e Kennedy em conflito. Principalmente, fica a ideia que há acontecimentos mundiais que são quase fortuitos. Aleatórios. Joga-se a vida de gerações de pessoas sem praticamente medir consequências. Aconteceu na altura, como acontece hoje em dia. E continuará a acontecer. Mas vale a pena perceber porque e como se chega a tais situações. Por isso, não posso recomendar mais vivamente a leitura deste livro. Creio que está escrito de forma bastante neutra, por um filho de pais alemães nascido nos Estados Unidos da América, para sempre marcado pelas consequências da Guerra Fria.
Porque a alienação não é forma de vida.
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