Aqui fica um poema, a propósito de Casa, da minha autoria. Até porque Dezembro está quase aí...
Dezembro em Cinfães
As nuvens no céu,
escuro,
anunciam a noite.
E ainda é tão cedo!
As tílias,
umas despidas,
outras ainda com o seu manto amarelo,
preparam-se para o frio.
Os automóveis vão passando,
nesta… pequena vila,
risco-ao-meio (como diz o pai),
que vai tornando-se maior
e maior (aos meus olhos, parece-me…).
Então,
nestes dias,
parece-me tão movimentada!
“É a azáfama do Natal.”
Deve ser.
Gosto deste Outono,
a pedir o Inverno.
Este frio que seca a humidade do chão,
num instante.
O Outono da vinha-virgem
escarlate,
que já não existe.
As memórias ternas
da infância,
ainda tão presente,
apesar deste corpo adulto…
Não há como renegar
este apelo,
tão forte – lar,
este é o meu lar.
(06-12-2006)
1 comentário:
Eh lá! Temos poetisa!
E tens quase os ingredientes todos para teres sucesso... És melancólica, saudosista (por exemplo, saudades de casa tens para dar e vender), insatisfeita; só te falta seres um pouco avariada do juízo, mas isso vem com o tempo... ou não! Há quem nasça já com isso (cof cof moi même!). BRINCADEIRA!
Nem todos os poetas de sucesso são ou foram pessoas com desequilíbrios psicológicos... Não é isso que caracteriza um poeta. Estava no gozo.
Bem, gostei do teu poema.
Beijocas... já sabes de quem!
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