A minha última incursão a uma sala de cinema marcou o regresso ao Atlântida Cine (essa mítica sala de Carcavelos), para ver o último filme de Pedro Almodóvar, na companhia (habitual) da prima Carol.
O mais recente filme do realizador espanhol conta a história de Robert Ledgard, cirurgião plástico de renome e líder em novas terapias celulares adoptivas. (Aliás, aí está todo um capítulo sobre o qual poderia falar e que se refere à correcção com que são abordados os assuntos referentes à parte científica... valha-nos Santa Engrácia...)
Robert perdeu a mulher e, algum tempo depois, a própria filha, ambas em circunstâncias traumatizantes. O facto de a mulher ter sofrido queimaduras gravíssimas num acidente de automóvel deu-lhe a motivação para desenvolver uma terapia de forma a tornar a pele resistente a todo o tipo de agressões. Mas esta procura irá levá-lo a ultrapassar todos e quaisquer constrangimentos éticos...
Os filmes de Almodóvar conseguem abranger estilos algo diferentes, embora sempre com uma procura de "chocar" o espectador, de o emocionar. E sim, é verdade, é difícil ficar indiferente a um filme dele. Este "A pele onde eu vivo" fez-me lembrar "Má Educação", talvez porque me tenha, também, revoltado as entranhas. Tive uma daquelas reacções viscerais, de repulsa. A história é revoltante (parece-me incrível que algum dia alguém tenha, sequer, pensado em semelhante coisa), mas muito bem contada, com a cadência adequada. Não deixei de sair do cinema impressionada (e muito!). Aliás, durante alguns dias, não me saiu da cabeça aquela história, aquelas personagens...
Gostei muito do filme e aconselho-o a todos aqueles que se considerem suficientemente fortes. Aos outros, talvez seja melhor não o fazer. ;)
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