Este fim-de-semana que passou fui ao Porto. Não ia lá há um mês. Fui ao Vodafone Mexefest, por sugestão da prima Cristina. Na sexta-feira lá fomos nós em direcção à Invicta. Chegados lá, pousámos as tralhas e, depois de comer qualquer coisa, rumámos até Passos Manuel, centro nevrálgico do festival.
O primeiro concerto que espreitámos foi Nicky and the Dove, no Coliseu, mas foi algo muito rápido, porque saímos todos de lá a bater com os pés no rabo! A senhora é um bocado assustadora e não gostei nada da música. Daí, descemos ao Sá da Bandeira, que se compôs para ouvir Cass McCombs, cantautor americano. A acústica da sala é muito má (como em tempos tinha desconfiado, num concerto de Tricky), mas os meninos também pareciam ter-se esquecido de fazer o sound check... Não obstante, foi um concerto interesssante, mas definitivamente a pedir um espaço mais intimista. A noite ia crescendo e nós mudamos de poiso, desta vez para a Garagem Vodafone (ie, Garagem Passos Manuel, em frente ao Coliseu), para ouvir King Krule, colectivo londrino liderado por um jovem de 17 anos "leite com cenoura" (Pedro dixit). Um som muito interessante, denso, profundo. A desafiar a juventude de quem o produz. Mesmo que essa juventude parecesse completamente alienada... Fiquei até o concerto terminar, para depois me juntar ao resto do pessoal no Coliseu, para ver a parte final do concerto de St. Vincent. Música que não aprecio, mas a prestar um bom espectáculo. E assim chegou ao fim o primeiro dia de concertos.
No segundo dia, os concertos começaram mais cedo. Ao final da tarde, fui ver o concerto dos Lacraus no Guarany, café mítico da baixa portuense onde eu nunca havia estado. O espaço é giro e depressa se apinhou de gente ávida para assistir ao concerto. Foi giro, gostei das músicas, apesar da pronúncia "betinha" do vocalista. Gostei particularmente da participação de Samuel Úria (e do seu "Teimoso") e da versão de "Inventor", dos Heróis do Mar, que fizeram. Quando regressámos à baixa depois do jantar, já o concerto de Josh Rouse estava quase no fim, por isso fomos até ao Ateneu Comercial, para conhecer o espaço e ouvir Fink, rapaz que tem umas músicas giras, principalmente para música ambiente. Subi novamente Passos Manuel para me plantar junto à Garagem Vodafone, onde tocou de seguida Hanni El Khatib, que (me) proporcionou o melhor concerto do festival. Fiquei completamente rendida ao rock visceral do norte-americano, que faz música que faz lembrar outros tempos, em que a música era mais sincera... O concerto, esse, foi poderoso, tendo apenas dois músicos em palco: guitarra+voz e bateria. Mas não precisaram de mais ninguém! A seguir ainda fomos espreitar Twin Shadow ao Coliseu, que deram o que me pareceu um concerto muito eficiente, um bom espectáculo. Mas não sou grande fã da banda. Para terminar, tentámos ver Ladrões do Tempo no Cinema Passos Manuel, mas a lotação (que não deveria ser grande) esgotou. Tant pis pour eux.
Assim ficou para trás um fim-de-semana de concertos, com muita música, alguma muito boa. E que me deixou absolutamente viciada na música de Hanni El Khatib. Pena que tenha ficado o travo amargo de ter estado no Porto um fim-de-semana sem ter visto ninguém conhecido... Acho que me tornei numa "sem-terra".
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