É bom regressar às leituras ávidas. Por um (longo) momento, pensei ter perdido essa capacidade. Aparentemente, não. Tenha sido o livro, a minha disposição/disponibilidade, ou a inspiração de uma cidade - Berlim. Ou talvez uma mistura de tudo isso. Certo é que foi uma semana de muita leitura, em comboios, aviões, camas e sofás. Qualquer sítio é um bom sítio. Mas deixemo-nos de coisas e vamos à história.
Beautiful Ruins é um romance sobre a indústria cinematográfica e os seus meandros. Mas também é, e talvez mais relevante, um livro sobre ambições e expectativas, sobre como se constrói uma persona e se vive através dela. No passado como hoje em dia, nomeadamente através de alter-egos criados nas redes sociais (esta última parte é um pouco extrapolada, não há qualquer referência directa). Continuando. A história de Beautiful Ruins toma parte em diversos períodos de tempo, entre o ano de 1962 e os nossos dias, seguindo personagens cujas vidas se interligam durante esses diferentes períodos, estando sempre, de uma forma ou outra, ligadas ao cinema.
Em 1962 temos uma jovem actriz americana a chegar a uma terriola recôndita do litoral italiano e a pôr tudo em reboliço. Nos dias de hoje temos um produtor decadente, a sua assistente em crise existencial e um jovem escritor que começa a perceber que é uma fraude. E sim, está tudo interligado e a acção vai saltando de sítio em sítio, de tempo em tempo - talvez com isso conseguindo manter aguçado o interesse do leitor.
Gostei muito, como dará para perceber pela rapidez da leitura. Mas não foi só pelo interesse da história ou pela forma como é contada. Foi também por haver uma mensagem de redenção, de reflexão emocional, nomeadamente sobre o que nos é importante e sobre a forma como "ambicionamos" viver as nossas vidas.
Há uma frase de que gostei particularmente: "This is what happens when you live in dreams, he thought: you dream this and you dream that and you sleep right through your life."
Deve ser por causa disso que tenho insónias.
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