Antigone (das tragédias da vida)


E para terminar um ciclo de quatro idas ao Barbican em menos de duas semanas, fui ver uma interpretação da tragédia grega Antígona. A versão que deu origem a esta peça não é a original da mitologia grega, mas antes uma "adaptação" feita por Sófocles, em que tudo começa com Antígona a quebrar a lei por querer dar um enterro digno ao seu irmão Polinices. Morto em batalha com o seu irmão Eteocles pelo direito a reinar em Tebes, Polinices não tem por lei direito a ser enterrado por ser considerado um traidor (porquê, não percebi muito bem). Mas Antígona não se coíbe de desafiar as leis e o rei Creon, seu tio, para poder adequadamente chorar a morte do seu irmão.
Daqui para a frente a tragédia só se adensa, como será de esperar, ou não fosse esta uma tragédia grega. A cenografia da peça optou pela simplicidade, com um cenário minimalista, bem ao estilo moderno. E o guarda-roupa das personagens também, a roçar o austero. O que posso, então, dizer sobre aquilo que vi?
Primeiro, claro que é uma emoção ver uma peça cuja interpretação principal fica a cargo da Juliette Binoche. Vê-la ali, à minha frente, no palco, quase parece mentira. Claro que acaba por desmistificar um pouco a figura, porque ela é, como seria de esperar, uma pessoa normal, tal como as outras. Agora em relação à peça, não fiquei completamente satisfeita. Nunca antes tinha vista uma peça desse género, não sei se tragédias são bem o meu estilo... E definitivamente a abordagem super moderna aos clássicos também não me caiu bem no goto. Mas pronto. Sem dúvida uma experiência muito interessante.

Sem comentários: