Se por um lado, se quebrou o enguiço da leitura, por outro lado temos enguiço para ver o tão aclamado "Amor", filme de Michael Haneke. Depois de muitas combinações e descombinações, lá rumámos ao El Corte Inglés para ver o filme quando, para nossa surpresa, não havia exibição à hora desejada naquele dia... No calor do momento e na posição de ter que escolher um filme substituto, a escolha recaiu neste Hitchcock, filme que retrata os métodos pouco convencionais do realizador por altura das filmagens de Psico.
Apesar das críticas que tinha lido até então não serem propriamente positivas, resolvi arriscar. Até porque a curiosidade em ver o filme existia de facto. Mas, para mal dos meus pecados, as críticas tinham razão. O filme é pobrezinho - Anthony Hopkins está estranhíssimo no papel de Hitchcock (parece que só se vê o silicone e a maquilhagem do "disfarce"), a história está demasiada simplificada (acharam que o espectador não teria capacidade para mais...) e tudo se desenrola à superfície, sem nunca ousar ir mais além. Hitchcock é retratado como um excêntrico, viciado em comida e bebida, voyeur e control freak - se corresponde ou não à realidade, não sei. O melhor do filme é, provavelmente, a interpretação de Helen Mirren, no papel de Alma Reville, esposa de Hitchcock. Aí sim, vê-se um pouco de profundidade, de sentimento... Tirando isso, é "produto acabado, da sociedade de consumo imediato. Mastiga. Deita fora. Sem demora."
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