Rabih Abou-Khalil e Joachim Kühn Trio


Ontem, serão de 19 de Janeiro, viu acontecer aquele que foi o meu primeiro concerto do ano de 2008. Os bilhetes já estavam comprados há muito e a expectativa era grande, embora não conhecesse os "senhores". A iniciativa de ir a concerto fui do Rui e lá fomos os dois, estreantes nas lides da Culturgest, rumo a Lisboa e ao Campo Pequeno.
Rabih Abou-Khalil é um tocador de oud, um instrumento árabe semelhante ao alaúde, originário de Beirute, Líbano. Vem acompanhado de Joachim Kühn, pianista alemão que também toca saxofone, e de Jarrod Cagwin, baterista norte-americano. Juntos constituem o Rabih Abou-Khalil e Joachim Kühn Trio (designação algo estranha - trio de duas pessoas...).
Primeiro: o espaço da Culturgest - no mínimo, grandioso. O edifício, visto de fora, parece algo megalómano. Poder-se-ia dizer que a construção já data de há alguns séculos atrás, de tão imponente que é. Mas não. É mesmo recente. Lá dentro, continua o luxo - grandes átrios, com alcatifas vermelhas, sofás confortáveis, ambiente requintado... Que estávamos nós ali a fazer???
Ao entrarmos no Grande Auditório, uma boa surpresa: os lugares eram muito bons, mesmo em frente em palco e a uma distância muito boa!
Quando o concerto começou, fiquei algo apreensiva. Uma panóplia de sons, algo disconexa, fez recear o rumo que aquilo ia tomar! Mas não, após o primeiro instante, uma construção jazzista entrou em movimento, com momentos rítmicos muito pujantes. Joachim Kühn é o típico pianista, algo tresloucado, com rasgos de genialidade que nos põem em suspenso. E Rabih Abou-Khalil é um verdadeira mestre das cordas! Imaginem que momentos houve em que o ritmo tocado era tão rápido que nem sequer se conseguia ter percepção do movimento da sua mão, mas apenas um arrastado. O senhor é, também, muito simpático e bem humorado. E fala português, vejam lá! Fartou-se conversar e fazer piadas, construindo um ambiente muito bem disposto.
Apesar do cansaço acumulado pela semana, que me fez fechar os olhos por diversas situações (em introspecção, claro!), foi um concerto muito bom, diferente, refrescante.
Fica a vontade de voltar.

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