Galinha com Ameixas

Regresso às salas de cinema, numa altura em que por lá não andam filmes particularmente interessantes (do meu ponto de vista, claro está). No entanto, a visita da prima Catarina "obrigou" a que encontrasse este "Galinha com ameixas", título pouco ortodoxo para este filme dos mesmos realizadores de "Persépolis". O filme conta a história do violinista Nasser-Ali quando, em consequência da sua mulher destruir o seu violino, decide deixar de tocar e toma a decisão voluntária de morrer (mas não tem nada a ver com suicídio). Durante este processo de auto-destruição, Nasser-Ali faz uma viagem ao seu passado, reconstituindo os factos que o conduziram até aquele momento.
Não vi "Persépolis" e como tal não tenho ponto de comparação. Ainda assim, gostei do estilo do filme, misturando real e imaginário para melhor veicular a mensagem. A história é engraçada, embora sinta faltar-lhe qualquer coisa que não consigo identificar... Não gosto particularmente de Mathieu Amalric (aqueles olhos esbugalhados tiram-me do sério, mais ainda neste filme!), mas o elenco é competente. A prestação de Maria de Medeiros no papel de esposa de Nasser-Ali (aquela que destrói o seu violino) é muito boa, há algo de desesperado nela que funciona bastante bem.
Assim, não sendo um filme fantástico, é um filme agradável, que serve os seus propósitos.

Itália no Outono

Florença

Siena
Este ano só houve viagens para participar em congressos científicos. Nada mau que foram dois... E os dois em Itália! Se o primeiro foi numa Itália insular (Sardenha), desta vez foi mesmo para a parte continental, repleta de arte e de história. A maioria do tempo foi passada em Florença, cidade onde era o congresso. Foi um regresso algo emocionado, nove anos depois daquele Verão do interail... Tenho que confessar que trouxe muitas lembranças, mas isso é provavelmente natural. Depois de Florença, houve umas passagens breves por Siena e Roma, mas que foram muito bem aproveitadas. 
Nunca tinha estado em Siena e é uma cidade linda, com o seu cariz medieval parece quase parada no tempo. É uma maravilha passear por aquelas ruas sombrias, descobrir recantos a cada tropeçar de passos... 
Roma
Roma é uma cidade magnificente, não há palavras para a descrever. Caótica, desarrumada, mas cheia de encanto, com ruínas, prédios, fontes, tudo misturado numa amálgama de cores e sons. E ter a oportunidade de ver uma exposição de fotografia de Robert Doisneau... Foi algo de muito especial.

Foi uma boa semana. Gostei muito de voltar a Itália, ainda que a minha opinião de há nove anos não se tenha alterado (sobre a pouca simpatia do povo italiano). Definitivamente, uma boa forma de fechar a época das viagens de 2012 (independentemente de todos os percalços). E, para o ano, haverá mais.

Irmã - Rosamund Lupton

Na continuação da febre literária (de leitura, perceba-se), li este "Irmã", de Rosamund Lupton, recomendado e emprestado pela Adriana. Não conhecia a autora nem nunca tinha ouvido falar do livro (que creio ser o seu primeiro trabalho), mas fiquei agradavelmente surpreendida.
A história começa com a comunicação a Beatrice de que a sua irmã mais nova, Tess, desapareceu. Inglesa radicada em Nova Iorque, Beatrice regressa a Londres para tentar perceber o que aconteceu com a sua irmã e é a partir daí que a história se constrói. A narrativa, que não é temporalmente linear, está muito bem conseguida, criando no leitor uma curiosidade que o obriga a não parar de ler para conhecer o passo seguinte. E, depois, tem um daqueles fins em aberto para que possamos escolher em que é que preferimos acreditar...
Gostei muito, foi uma leitura simples e escorreita, sem percalços. Dois dias e já está. O problema é que parece que desde então atingi um ponto em que não consigo ler nada... A ver se a febre regressa (aceitam-se sugestões).

Para Roma, com amor

Na minha última ida ao cinema, e para me inspirar para os eminentes dias em Itália, fui ver o mais recente filme de Woody Allen, "Para Roma, Com amor". Como gosto sempre dos filmes dele, estava relativamente descansada quanto à minha opção para sessão de domingo à tarde... mas estava enganada. Posso dizer, sem a mais pequena sombra de dúvida, que odiei o filme. E se estão a pensar que "ódio" é um sentimento um bocadinho forte para definir a impressão que este filme me deixou, desenganem-se. É mesmo mau. Mesmo. E eu não costumo dizer isto com frequência. A história não tem pés nem cabeça, não tem mesmo ponta por onde se lhe pegue, é um despropósito total. Nem sequer tem piada... E também não faz propriamente jus à magnificência da cidade de Roma, por isso também não funciona particularmente bem como cartão de visita. Resumindo e concluindo, não faço ideia do que se passa com o senhor Woody Allen, se está a ficar um pouco velhote ou se se está mesmo a marimbar para aquilo que faz e só quer ganhar dinheiro. Uma coisa é certa, se é para fazer uma coisa deste género, deixem-no estar na sua casinha e ele que não venha fazer filmes para Portugal...

O Executor - Lars Kepler

Viciada como ando em livros de suspense, não pude deixar de comprar este "O Executor", da mesma dupla sueca de que já falei aqui anteriormente. Tenho que dizer que li o livro um pouco na diagonal, tal era a avidez! Acontece-me muito, mas não gosto muito quando acontece porque acabo por não aproveitar convenientemente a leitura e não apreciar devidamente o livro. Mas pronto.
Logo o início do livro é inquietante, para dizer o mínimo. Tudo um conjunto de acontecimentos que parecem ter algo em comum, sem que se perceba muito bem o quê... Uma mulher encontrada morta num barco, sem que se perceba exactamente o motivo da morte. Um casal que é perseguido numa ilha. Um político enforcado na sua própria casa... Não vai ser linear perceber o que liga todos estes acontecimentos, e o suspense, como não poderia deixar de ser, irá ser mantido bem até ao fim da história. Aliás, acho até que descobrir o mistério não é o principal neste leitura, é quase como se fosse um anti-clímax. O importante mesmo é lá chegar. Com todos os arrepios de espinha que provoca (e a vontade de fechar os olhos e não ver/ler o que vem a seguir).
Para quem gosta do género, é um livro muito bom. E creio que dará uma boa adaptação cinematográfica (é daquele estilo de escrita que se presta a isso).

De partida

O blog seguirá dentro de momentos. Que é como quem diz, uns dias. Por agora, é tempo de viagens. Ciao!!!