Leituras...

Os últimos tempos têm sido bons em termos de leitura. Finalmente, consegui ultrapassar o marasmo instalado, em que pegava num livro para, 50 páginas depois, o pôr de lado. Como seria de esperar, aproveitei a ida a Paris para "actualizar" a biblioteca, por assim dizer (e que saudades dos tempos em Montpellier, com tantos livros e CDs baratinhos....).
Um dos livros que trouxe de lá foi o último do Nick Hornby, que eu nem sequer sabia que tinha saído. No entanto, acho que ainda não há tradução para português. O livro chama-se "Slam", que funciona como um trocadilho com o nome da personagem principal, Sam, um rapaz de 16 anos que se vê a braços com uma paternidade precoce. Tem um sentido de humor apurado, como é costume nos livros de Hornby, se bem que há qualquer coisa que me desilude... não sei bem o quê... De qualquer forma, é um livro divertido, interessante, e de leitura escorreita, que se lê num ápice e com prazer.



O outro livro que andei a ler antes desse foi um livro de contos de Paul Bowles (para não variar...), chamado "A missa do galo". O livro reúne uma colecção de contos sobre a tradição e rotina marroquinas - suponho que alguns se baseiem em histórias que autor foi ouvindo e recolhendo ao longo dos anos que viveu em Marrocos, se bem me lembro da sua biografia... Os contos estão bem escritos, e há alguns que chegam a ter a profundidade de uma verdadeira história, mas, outros, são demasiado curtos e superficiais para deixar uma impressão no leitor.



No entanto, a ida a Paris serviu (entre outras coisas...) para comprar um par de livros deste mesmo senhor, coisa que raramente se vê por cá, principalmente quando se trata das versões originais em inglês. Mas esses, por agora, ainda vão ter que esperar. Para já, estão na prateleira lá em casa.

My Blueberry Nights



Ontem à tarde houve nova sessão de cinema (há que tirar a barriga de misérias...). Já havia algum tempo que estava curiosa para ver este "My Blueberry Nights" - em português, "O Sabor do Amor" - de Wong Kar Wai. Confesso que não vi "In the Mood for Love", embora possa soar a heresia... Mas dizem tão bem do filme que é preciso confiar na opinião dos demais.
Talvez não seja o mais usual, ver Norah Jones no papel principal de um filme... Mas também não se estaria à espera, provavelmente, de ver Chan Marshall (aka Cat Power) a aparecer lá pelo meio, espalhando sensualidade com a rouquidão da sua voz... Enfim, o senhor Wai deve mesmo apreciar estas duas cantoras! ;)
Tirando essas particularidades, é um daqueles filmes bonitos, em que os cenários perdem importância, porque o importante mesmo são as pessoas, com toda a sua humanidade e (consequentemente) defeitos. Gosto desses filmes assim, calmos. Norah Jones não está mal para principiante, com a sua personagem algo naïf que serve de fio condutor às histórias que se vão cruzando. Jude Law tem um papel à altura, sem nada de pretensiosismos, como é costume. Natalie Portman e Rachel Weizs estão muito sensuais, mesmo que em registos pouco habituais.
E uma pessoa lá sai do cinema ansiando por amor... Um desses amores maiores que tudo... Como só se vê nos filmes.

A Desconhecida



Mais uma ante-estreia patrocinada pelo Cinema 2000!
A Desconhecida, título original "La Sconosciuta", é o último filme de Giuseppe Tornatore, esse mesmo do belíssimo Cinema Paraíso. Não sabia muito sobre o filme, o que, às vezes, é bom. Assim não se cria expectativas. Nem boas, nem más.
É um pouco difícil falar sobre o filme, ou, melhor dizendo, sobre a sua história, sem desvendar o fim. A narrativa vai sendo construída com recurso a flashbacks (mesmo flashs!), com os quais a teia se vai montando na cabeça do espectador.
Ora, então, que se pode dizer?
A desconhecida do título é Irena, ucraniana emigrada em italiana. É com os seus olhos desesperados (qual a razão?...) que acompanhámos a acção. É ela quem domina o filme, numa personagem ao mesmo tempo fria e emocional - como perceber a dualidade?
Bem, não me parece que consiga explicar muito sobre o filme. É um filme muito bom, mas não é daqueles de que se gosta. É dos que mexe connosco.

Paris

Como tinha referido da última vez, foi passear a Paris. A desculpa foi festejar os 30 anos do R. - e que grande desculpa! - mas também precisávamos mesmo de descansar e ter um tempinho só para nós. E nada melhor que Paris, a cidade do romance!!!
Não vou estar com descrições detalhadas dos passeios, apenas digo que foi uma estadia relaxada, sem grandes horários definidos ou obrigações pré-estabelecidas. Até porque Paris é uma cidade perfeita para apenas estar e disfrutar. Andar pelas ruas de mão dada enquanto se vai espreitando as montras, sentar numa qualquer esplanada e apreciar o movimento de gentes que nos rodeia... tudo isso se faz em Paris com uma qualidade ímpar.
Como sítios preferidos visitados, destaco:

- Museu Rodin - apenas visitámos os jardins, que são extremamente agradáveis, com as suas chaise-longues escondidas nos arbustos, como que a convidar ao descans. Para além de ser um belo jardim, está povoado de diversas obras do escultor, como, por exemplo, as famosas Portas do Inferno.
- Ópera Garnier - aproveitámos para assistir a um bailado em duas partes (Mats Ek), que foi bastante interessante. Aconselho a que, quando quiserem visitar o edifício, o façam através de um espectáculo, porque assim rentabilizam bem mais o investimento. Não obstante, é, para mim, um dos pontos obrigatórios na capital francesa, principalmente o tecto da sala principal, da autoria de Chagall - um verdadeiro espanto!
- Promenade Plantée - nunca antes havia ouvido falar deste antigo viaduto que foi transformado numa espécie de jardim suspenso. O passeio é muito agradável, calmo e descontraído, principalmente se houver a sorte de não ser atacado por minúsculos mosquitos (como eu fui!!!). O viaduto vai da Bastilha até ao Bois de Vincennes, cerca de 5 Km.
E, como não poderia deixar de ser,
- Parc Montsouris - parque situado no sul da cidade, mesmo em frente à cidade universitária. É simplesmente lindo, com relvados imensos povoados de flores, lagos, árvores! E, como é tradição parisiense, enche-se aos fins de semana e feriados com famílias desejosas de calma e descontracção. Embora não seja um lugar muito óbvio em Paris, aconselho vivamente.

E, agora, deixo-vos com algumas photos fantastiques do séjour - à bientôt, Paris!


Ponte Alexandre III e Torre Eiffel


Jardim do Museu Rodin


Vista da Torre Eiffel para o Champ de Mars


Torre Eiffel iluminada


Promenade Plantée


Parc Montsouris


Ópera Garnier

A ausência...



Não sei se se andavam a perguntar sobre o facto de eu não escrever aqui há já algum tempo. De qualquer forma, aproveito para dizer que a "ausência" não se deveu (como é costume) a falta de inspiração, mas sim a uma verdadeira ausência física: fui passear!!!
Aproveitei o mote do meu tão amado Robert Doisneau e fui a Paris em fim-de-semana très romantique, tentar imitar esta bela imagem...
Em breve vos mostrarei como se passou por lá. Até lá... Paris c'est toujours Paris.

Madness - My Girl (a letra)

Digam lá se a letra não é fixe... ;)

My girl's mad at me
I didn't wanna go see the film tonight
I found it hard to say
She thought I'd had enough of her
Why can't she see
She's lovely to me?
But I like to stay in
And watch t.v. on my own
Every now and then

My girl's mad at me
Been on the telephone for an hour
We hardly said a word
I tried and tried but I could not be heard
Why can't I explain?
Why do I feel this pain?
'Cause everything I say
She doesn't understand
She doesn't realise
She takes it all the wrong way

My girl's mad at me
We argued just the other night
I thought we'd got it straight
We talked and talked until it was light
I thought we'd agreed
I thought we'd talked it out
Now when I try to speak
She says that I don't care
She says I'm unaware
And now she says I'm weak

Madness - My Girl

Back to the 80's!!!