IndieLisboa '08


Como talvez já saibam, no passado dia 24, quinta-feira, começou a 5ª edição do Indie Lisboa, Festival de Cinema Independente de Lisboa. O R. já tinha estabelecido que, no fim de semana, teríamos que dar uma espreitadela, por isso lá fomos nós no sábado, ao Cinema São Jorge.
Primeiro, o caos: pessoas e carros por todo lado, uma file imensa para a bilheteira, a iminência de os planos irem por água abaixo... Num golpe de sorte, consigo enfiar o "Bolinhas" num lugar deixado vago momentos antes e lá corremos (em sentido figurado, claro, que eu não gosto muito dessas coisas...) avenida acima. Apesar de já estar na hora da sessão, ainda conseguimos bilhetes. O filme, esse, chamava-se "Mister Lonely".
Realizado por Harmony Korine, conta no seu elenco com algumas caras conhecidas, a saber Diego Luna e Samantha Morton. Vamos, então, à história.
A personagem de Diego Luna é um imitador de Michael Jackson, que sobrevive a actuar nas ruas de Paris. Um dia, conhece uma imitadora de Marilyn Monroe, por quem se apaixona. É ela quem o vai levar para uma comunidade nas Terras Altas da Escócia, onde vive todo um conjunto de imitadores.
Como já dá para ir percebendo, o filme é todo um grande nonsense, constrói-se com base numa situação de marginalização e, por aí, continua, dando asas à criatividade.
Se o filme em si tem momentos engraçados, com vários situações a provocar o sorriso, também tem uma falta de profundidade ao nível das personagens e relações entre si que nos faz chegar ao fim com uma situação de vazio.
No entanto, a experiência foi positiva. Parece que a adesão ao festival é mais que muita: a sala do São Jorge, tão grande que era, estava cheia. E isso dá sempre gosto ver.

Fat Freddy's Drop



Este fim-de-semana, o Casino de Lisboa festejou o seu 2º aniversário. E, como parte dos festejos, estava agendado um concerto dos Fat Freddy's Drop, à borla, para domingo à noite.
Embora o concerto estivesse marcado para as 21h, nós achámos que isso seria apenas uma hora indicativa, nada de grande rigor que fosse preciso ter em atenção. Assim, às 21h estávamos nós a começar a jantar, na Parede. Depois, seguimos para Lisboa, Parque das Nações (longe para burro...) - foi um trabalhão para estacionar, tivemos que acabar por pôr no parque de estacionamento, porque estava mesmo difícil. Quando chegámos ao Casino, "ena, que fixe", estavam os rapazes a tocar! Grande animação, muita gente, uma acústica de meter dó, muito fumo pelo ar (coisa que já não estou habituada...). Quando termina a música, a banda começa a despedir-se! Ai, ai, ai, ai, ai! Que vem a ser isto?!? Por sorte, ainda houve direito a encore, em que tocaram Midnight Marauders (no que foi, obviamente, uma clara homenagem à minha presença...). O feeling estava muito bom, mas, infelizmente, ficou por ali... não houve mais músicas, veio o DJ continuar a festa. :(
Quanto a nós, fomos dar uma volta pela sala. Muita gente, muitos viciados, mas, especialmente ontem, muitos putos - os que vieram para a festa. Quando já estávamos para vir embora, uma senhora oferece-nos vouchers para jogar nas máquinas! E nós lá vamos, quais viciados também, tentar a nossa sorte. E não é que conseguimos ganhar 3.90€!!! Não fizemos fortuna, mas deu para pagar o estacionamento... Nada mau, não?

O Amor e a Vida Real



E depois de tanta falta de acerto nas idas ao cinema, finalmente algo refrescante, for a change. Mais uma vez, tive sorte e ganhei convites para uma ante-estreia de cinema. O filme em questão era "O amor e a vida real" (Dan in real life, no original) e a sessão aconteceu no centro comercial Vasco da Gama. Que é longe para caramba e uma chatice para lá chegar (eu sei que há o metro, mas não gosto da linha vermelha...). Estive a momentos de assistir à sessão sozinha, uma vez que os meus manos tiveram outros afazeres e chegaram tarde. Mas, à última hora, saí da sala para ir buscá-los ao lado de fora e a senhora do cinema foi tão simpática que nos deixou entrar os três! Embora o convite fosse só para duas pessoas... :)
E, pronto, todos a bordo, o filme começou.
Dan, interpretado por Steve Carell, é o pai viúvo de três filhas (pré-)adolescentes, que tem como actividade escrever uma coluna num jornal, em que responde a perguntas colocadas pelos leitores. O filme descreve o reencontro destes com a restante família de Dan, na casa dos pais - uma família grande, barulhenta, semi-louca, verdadeiramente amorosa.
Mandado pela mãe, Dan vai ao centro da vila onde se encontram para comprar os jornais do dia. Na papelaria, trava conhecimento com Marie, interpretada por Juliette Binoche, e, de imediato, se faz um clic entre ambos.
O desastre da aparente feliz situação acontece quando Dan descobre que Marie é, afinal, a nova namorada do irmão mais novo... pois é. E aí começa todo um rol de peripécias hilariantes!
"O amor e a vida real" é uma bela comédia (romântica?), sendo que Steve Carell é um dos melhores do género, na minha opinião (quais Adam's Sandler's ou Jim's Carrey's, qual carapuça). Tem um talento natural para a desgraça, sem se tornar ridículo ou caricatural.
A paisagem natural de Rhode Island, com o seu mar selvagem, é uma maravilha - uma parte dos Estados Unidos que eu não me importaria de conhecer... A banda sonora, a cargo de Sondre Lerche (esse "puto" norueguês que até é mais novo do que eu), combina muito bem com a atmosfera do filme, ao estilo singer-songwriter de folk que eu, particularmente, aprecio.
Um daqueles filmes que nos deixa de bom humor. Que mais se pode pedir?

Uma Segunda Juventude



As idas ao cinema não estão, definitivamente, a correr bem. Ontem à noite, depois de um dia algo sonolento arrastado por casa, decidimos rumar até ao King para ver um filme menos "comercial"... Antes tivéssemos ficado mesmo pelo Cascaishopping e arredores, tal é a qualidade deste "Uma Segunda Juventude", o novo filme de Francis Ford Coppola.
Devo dizer-vos que não há ponta por onde se pegue neste filme. Nada que justifique uma ida ao cinema nem o dinheiro que se gasta!!! É difícil dizer qual a história do filme... Tim Roth é Dominic Matei, um professor universitário que estuda a origem da linguagem, estudo ao qual dedicou toda a sua vida. Tem 70 anos e decide ir até Bucareste para se suicidar. No entanto, à chegada, é atingido por um raio! Conseguindo sobreviver ao acontecimento, a sua recuperação irá dar origem a algo de extraordinário: o professor rejuvenesce uns 40 anos e poderá continuar a investigação da sua vida.
O que acham?...
Bem, o filme acaba sem sequer ter uma mensagem de "levar para casa" ou uma moral de vida.
Está o senhor Coppola 10 anos sem realizar um filme, para depois nos brindar com esta obra... Enfim.

Primavera em Cinfães

Deixo-vos algumas fotografias que ilustram, ao mesmo tempo, a beleza natural da minha terra, Cinfães, e a extraordinária força da Primavera. Para que possam apreciar em plenitude... :)


Cerejeiras, na vila de Cinfães


As glicínias lá de casa


Cerejeira, no Pinheiro


Pormenor de cerejeira em flor

Amor nos tempos de cólera



"Qual o resultado da adaptação cinematográfica de um dos livros mais bonitos que li até hoje?..." - Esta era a pergunta que andava na minha cabeça desde que soube que "O amor nos tempos de cólera", de Gabriel Garcia Marquez, seria levado ao cinema. Desde cedo, mesmo ainda antes de o filme estrear, comecei a saber de críticas pouco favoráveis, isto para dizer o menos! Não acreditei. Mantive a expectativa. E, quarta-feira, acompanhada dos meus manos, lá fui matar a curiosidade.
O pior aconteceu. O filme é realmente pouco bom (para utilizar um eufemismo), com vários desastres evitáveis - desde a banda sonora de Shakira até à caracterização das personagens - a testarem a minha credulidade. As personagens não têm a profundidade devida; Florentino Ariza não desperta a simpatia de ninguém, Fermina Daza é uma rapariga mimada e desengraçada. Enfim...
Realmente, não consigo pensar em nada que faça justiça ao livro e a essa história maravilhosa. Espero que aqueles que nunca tenham lido o livro não deixem de o fazer com base neste filme. Porque "O amor nos tempos de cólera" é, sem dúvida, uma das grandes histórias de amor alguma vez escritas.