De partida...


Fica a pequena nota para vos dizer que estou de partida. Para o outro lado do Mundo. Para a aventura. De coração aberto e cabeça a precisar de ser esvaziada.

Desejem-me sorte.



Crónica da semana (a sexta), ou a influência da privação de sono

Resolvo escrever ao final do dia. Segunda-feira, regressei esta manhã (ou devo dizer madrugada?) do Porto, depois de um fim-de-semana de família e comezainas. Já não ia ao Porto, ou a Cinfães, desde Janeiro, altura em que fui exercer o meu direito de voto nas eleições presidenciais. Fazendo um exercício mental, creio que foi o período mais longo que alguma vez passei sem ir à minha terra natal. Talvez esteja a exagerar (sou um bocado dada a isso), mas tenho que admitir que não me lembro de outra situação semelhante.
Como todos os fins de semana de viagens, foi curto. Passou num ápice e apenas deu para aguçar as saudades. Porque a cada momento partilhado, mas breve, parece que as saudades aumentam, em vez de diminuir. Não compreendo o fenómeno, talvez alguém me possa ajudar. É impossível multiplicar o tempo, ou as ocasiões, para poder celebrar em família, com toda a disposição, mas poder também falar com cada membro individualmente, partilhar alegrias e angústias. Sei que já devia estar habituada, mas não. Lá no fundo, sou uma alma teimosa e que se recusa a aceitar o status quo só porque é assim a realidade... Se bem que, volta e meia, me tenha que render às evidências.
Considerações à parte, a família Resende lá esteve reunida na Casa do Pinheiro para dar as boas-vindas ao Outono com uma competição cheia de petiscos. Comeu-se muito e bem, e a comida foi suficiente para duas refeições de mais de 20 pessoas. A provar que somos uns alarves... a cozinhar. Os dias estiveram tipicamente outonais (a honrar a ocasião), frescos mas com sol. A dourar as cores. Que saudades que tinha de me sentar no pátio ao sol da tarde, a contemplar a água a correr na fonte... Bem, já perceberam que o espírito do momento está nostálgico. O dia vai longo e não sei muito bem se escrever é uma boa ideia, mas continuo. Começo a sentir os efeitos da privação de sono, e quero acreditar que me tornam mais inspirada. Aproveito a boleia.

Começo a sentir-me um bocadinho mais habituada ao novo local de trabalho. Ainda relutante, mas mais resignada. Ainda assim, não o sinto como meu. Talvez deva arranjar algum estratagema para estabelecer território, qual felino a urinar pelos cantos! Não se preocupem que (ainda) não perdi o juízo. Para além de que seria logisticamente complicado.
No fim-de-semana passado houve mais uma caminhada. 25Km no sudoeste de Londres, por entre veredas de urze púrpura. Com alguns enganos, um pouco de chuva, e os últimos Kms percorridos na escuridão. Uma aventura, portanto. As pernas vão habituando-se à quilometragem, mas o que me preocupa são as costas (e habituar-me a carregar peso). Tenho que regressar ao ginásio (em interregno desde a mudança de instituto), mas a preguiça toma conta de mim e continuo sem fazer nada nessa direcção. Sinto em mim, novamente, aquela ansiedade quase angústia de ter tanto que fazer que só me apetece transformar-me em avestruz. Ainda agora resolvi enfrentar uma dessas angústias, só para descobrir que a máquina fotográfica que tencionava comprar está esgotada... Mensagem divina para começar a tratar do que realmente preciso?

Acabei de ler Boris Vian (que havia mencionado no último post), e li também o quarto volume da manga que me anda a chegar de França. O senhor Vian é estranho... rigorosamente nada a ver com o outro livro que li dele, o famoso A Espuma dos Dias. Muito gráfico, sem dúvida, deu para perceber o porquê de ter sido uma obra tão polémica na altura da sua edição. Ainda hoje, provavelmente, o seria. Estou agora em modo tábua-rasa, no momento de decisão sobre o que ler a seguir. Livros não faltam, ainda agora trouxe um de Portugal, presente do meu querido padrinho. Talvez pegue mesmo nesse, uma obra de valter hugo mãe, escritor que me deixa curiosa. 

Vou terminar por aqui. São quase 20h e quero ir para casa. Peço desculpa por não ter dito nada sobre a minha ida ao país (ou por não ter combinado nada), mas já sabia de antemão que não haveria tempo para isso. É a dita condição de emigrante, sobre a qual já me pronunciei por cá... As pouco mais de 48h de um fim-de-semana são incrivelmente curtas para todos os desejos que o meu coração abriga.

Crónica da semana (a quinta), ou a das mudanças

Pois é, pois é, mais uns tempos sem escrever. Perdoem-me a falta, mas houve pouco tempo nos últimos fins de semana, entre uma ida ao rectângulo e umas passeatas por cá. Aqui estou eu de volta para vos entreter por um bocadinho.

Começo a escrever-vos no momento em que o relógio do computador me diz que são 19h24. São boas horas de ir para casa, algo que farei depois da escrita. Estou na minha segunda semana no novo instituto, para onde nos mudámos na semana passada, e o que vos posso dizer é que é estranho. Não acho que seja propriamente resistente a mudanças (até as procuro com alguma assiduidade), mas esta está definitivamente a custar - não porque não esteja a gostar, mas porque estou com dificuldade em sentir este como o meu novo local de trabalho. É tudo novo, super sofisticado (ou a tentar ser), caras novas a passear-se pelos corredores. Mas não me entusiasma. Nem sequer os omnipresentes sofás, espalhados por todos os cantos, me fazem sentir o ambiente como convidativo. Mais parece um centro comercial do que um local de trabalho. Mas adiante. Talvez me esteja a faltar voltar à bancada, pipetar um bocado e tudo fará sentido novamente! Vamos fazer figas para que isso aconteça, porque esta sensação de não pertencer a este sítio está a deixar-me vagamente nervosa...

Ir a Portugal a um congresso foi também uma experiência algo estranha, especialmente ali no Estoril, bem no meio dessa área que foi a minha área de influência durante um bom período de tempo. O meu cérebro sentiu-se particularmente confuso com a alternância entre Inglês e Português, mas foi interessante e sem dúvida muito bom poder matar saudades da família. Desta vez foi mesmo só da família, não houve mais nada para ninguém. Mas daqui a nada vou novamente ao rectângulo, desta vez à zona norte, para matar as saudades todas que me vão preenchendo há já 8 meses... Estar fora do país, ou esta condição de emigrante, não é algo de fácil adaptação. É difícil gerir expectativas (minhas e exteriores), o tempo é tão curto de cada vez que regresso ao país que quase sinto precisar de uma secretária a tempo inteiro para poder organizar o meu tempo! E às vezes só me apetece não complicar, não esforçar e apenas relaxar, aproveitando o pouco tempo que passo por lá. Consciente de que, quando não faço o esforço para ver aqueles que me estão mais perto do coração, certamente passarão mais dois ou três meses até que surja nova oportunidade para tal. Mais de três anos passaram desde que saí de Portugal e ainda não me consegui adaptar a esta minha condição. Será que algum dia acontecerá? Será que deixarei de me sentir neste limbo, nem cá, nem lá?...

Reflexões à parte, parece que o meu bom momento de leitura veio para ficar. Acabei de ler O Jogador, de Dostoievski, que já havia mencionado por cá. Leitura interessante, cativante, mas que não conseguiu ainda convencer-me sobre a reputação do autor. Sei que é a minha primeira abordagem, e talvez a tradução não tenha ajudado. Não desistirei por aqui, porque a minha curiosidade é mais forte (quando me dizem que é um dos melhores escritores a descrever a mente humana). De momento dedico-me a Boris Vian, com uma obra muito polémica e que está a puxar muito pelo meu Francês. Diverte-me, sem dúvida.
Continuam também as caminhadas, com o objectivo primordial de fortalecer pernas e costas. No passado domingo foi vez de rumar a sul até às Seven Sisters (que também já mencionei por cá), numa caminhada longa mas muito bonita. Este país tem realmente algumas coisas boas...

São agora 19h59 e digo-vos adeus. Horas de deixar esta gaiola dourada e ir ver a vida lá fora.
Até breve.

E agora algo completamente diferente... Snowdonia e arredores







Crónica da semana (a quarta), quando todos percebemos que estas crónicas não s(er)ão semanais

É preciso enfrentar a realidade e admitir para mim mesma que talvez não vá conseguir manter a periodicidade destas crónicas em uma vez por semana. Tento escrever ao fim-de-semana, por ser por excelência uma altura em que tenho maior disponibilidade mental, mas por vezes mesmo ao fim-de-semana é difícil encontrar um tão desejado momento de calma e serenidade para me sentar ao computador e escrever.

Hoje é domingo e aqui me encontro, sentada no sofá com o computador no colo e a televisão ligada à minha frente. Lá fora o tempo está cinzento, e assim tem estado todo o fim-de-semana, a lembrar-nos que, daqui a nada, está aí o Outono. Não gosto deste tempo, deixa-me ainda mais melancólica do que o costume. Isso e o facto de ter passado quase todo o fim-de-semana a trabalhar. Sinto que foi um fim-de-semana desperdiçado, não aprendi nada nem vi nada de novo. Mas talvez esta seja apenas uma reacção ao fim-de-semana passado, prolongado cá por estas bandas, em que fui ao País de Gales, onde caminhei muito e lavei os olhos em paisagens desconhecidas. Foi um fim-de-semana intenso e proveitoso, daqueles que depois nos deixa com um certo vazio no peito, como que a ressacar de um excesso de sentimentos bons. Andei assim durante a semana, e assim continuei quando o fim-de-semana chegou. E agora que ele está quase no fim, assim continuo a sentir-me. Na obscuridade.
Para além dos passeios de exploração da ilha (qual Serpa Pinto), também houve regresso aos concertos. Uma estreia em termos de sala de espectáculos, e que bela estreia. A Union Chapel, em Islington, é, como o próprio nome indica, uma capela/igreja que, para além de serviços religiosos, alberga também ocasionalmente concertos e outro tipo de espectáculos. O espaço é muito bonito, intimista, com toda a fachada interna revestida a madeira, boa acústica. O concerto, esse, foi de um velho conhecido - Sam Beam (aka Iron & Wine) - acompanhado de Jesca Hoop, com quem gravou um álbum no início deste ano. Não conhecia o álbum, e as canções que tocaram de Iron & Wine não reconheci (e eu que achava ter um bom conhecimento de causa). Mas isso não foi particularmente importante porque gostei muito do concerto e das músicas que tocaram. Foi daqueles que volta e meia nos põem um sorriso nos lábios.
Tirando isso, actividades culturais não têm sido muitas. Continuo a ler O Jogador, de Dostoyevsky, edição de mil novecentos e troca o passo, que me está a deixar curiosa. Ao cinema não tenho ido, mas tenho visto alguns filmes por casa (de assinalar dois da realizadora Kelly Reichardt - Wendy and Lucy, e Meek's Cutoff). Agora preparo-me psicologicamente para rumar de volta ao rectângulo, desta vez por motivos profissionais. Isto por cá vai continuando com muitos altos e baixos...

Crónica da semana (a terceira), ou as manhas do amuo

À terceira já começa a atrasar. É muito bom ter fins-de-semana repletos de actividades e socialização, mas depois a escrita fica para trás e não há tempo nem disponibilidade emocional para me dedicar a ela um bocadinho. Espero que não se torne um hábito (a falta de tempo).

Chegam-me aos ouvidos (ou, neste caso, aos olhos) palavras de regozijo perante a minha recém-adquirida maturidade e atitude perante a vida. Agradeço o incentivo, é algo para a qual muito me tenho esforçado, tenho que admitir que não é algo que venha assim naturalmente. De vez em quando, mais comummente do que gostaria, os amuos tomam conta do humor e parece não haver nada a fazer. Nessas alturas respiro fundo, conto até quinhentos (pelo menos), tento focar-me noutros assuntos que não aqueles que me consomem o espírito. Difícil... Tem sido um pouco assim na última semana, com altos e baixos e situações problemáticas, na minha cabeça e à volta dela também. Se, por um lado, sempre gostei de estar na posição de confidente, também é verdade que por vezes é uma posição um bocadinho ingrata, principalmente quando é difícil ajudar os que temos pela frente. Relembra a frustração de tantas situações sobre as quais não tenho qualquer controlo.
Felizmente, os momentos são isso mesmo, fugidios. E os amuos vêm e não ficam, algo que me deixa feliz. Neste último fim-de-semana fui a Berlim, matar saudades dos amigos e da cidade. A cada vez que lá vou, repete-se o sentimento. Sinto que estou em casa. Também esse sentimento é fugidio, bem sei. Como sei que, se por lá continuasse, com certeza que muito me queixaria dos típicos problemas de primeiro mundo, como a omnipresente gentrificação das cidades. Na realidade, não vivo lá, e como tal mantém-se o sentimento de enamoramento. Deixem-me assim, sorriam com benevolência. Todos nós temos os nossos quês, nem sempre fáceis de explicar por palavras.
Para além de juízo, parece que também consegui reganhar um pouco, ainda que momentaneamente (porquê esta obsessão com o momento?...), o meu gosto pela leitura. Li mais um livro, em cerca de duas semanas! The Wasp Factory, de Iain Banks, livro perturbado mais do que perturbador, muito interessante e cativante de uma forma fora do comum. Para os que não sejam demasiado sensíveis, aconselho vivamente a leitura. Espero que haja edição em português mas, para ser sincera, não sei.

Assim acontece por Londres. Montanhas-russas de emoções, irritações e outras demais palavras terminadas em -ões. Nada de malícia. Os amuos vão e vêm e eu cá me vou aguentando. Atrasando-me na escrita, que não gosto. Mas aproveitando pequenos momentos, como este fim de dia quente (diz que estão 30ºC lá fora, daqui a nada já confirmo), para vos deixar umas palavras. Espero que vos encontrem bem.

Crónica da semana (a segunda), ou a "magia" dos 34


Eu bem disse que quando voltasse a escrever neste blogue já o faria do alto dos meus 34 anos. E assim acontece (como diria o Carlos Pinto Coelho, nos idos tempos felizes da RTP2...). 
Quem me conhece um bocadinho sabe que dou importância a estas coisas dos aniversários. Sou uma pessoa de pormenores, de pequenas coisas, não de grandes festas ou manifestações. O que, na maioria das ocasiões, só torna as coisas um pouco mais complicadas. Mas os 34 lá chegaram, iluminados pelo sol inglês (que de vez em quando decide dar um ar da sua graça), mais calmos do que é costume nestes dias (será a maturidade a atingir-me?...). Houve direito a passeio em fim-de-semana de aniversário, para explorar a costa inglesa e uma região que há muitos anos povoava o meu imaginário: a Cornualha. Não saí decepcionada, não fosse dois acontecimentos (não relacionados) que marcaram o fim-de-semana de forma bastante distinta - primeiro, perder a minha máquina fotográfica no dia do meu aniversário; e segundo ter chovido continuamente durante o resto do tempo. O primeiro acontecimento marcou-me muito mais profundamente que o segundo, como seria de esperar, e quase estragou irremediavelmente o momento. Mas, a provar que estou uma miúda muito crescida e madura, lá consegui aceitar o provérbio que diz que o que não tem remédio, remediado está e perceber que estas coisas acontecem, mesmo que nos deixem tristes. Haverá mais máquinas fotográficas que, se tudo correr bem, não perderei. Mas, por uns momentos largos, tive que lidar com a frustração de algo que fugiu completamente ao meu controlo. Talvez tenha sido esse o ensinamento dos 34... agora que penso nisso com mais atenção, quase que parece um desígnio divino para me fazer libertar um bocadinho das minhas ansiedades e tentativas de controlar todos os pequeninos aspectos da minha vida. Acho que vou escolher essa interpretação e tentar abraçar esse ensinamento o mais profundamente possível.
Ensinamentos à parte, esta coisa dos aniversários traz sempre sentimentos mistos. Por um lado é um dia em que nos tornamos o centro das atenções, mas por vezes as atenções não vêm de onde desejamos. Porque é que fazemos isso? Porque é que nos agarramos ao que não temos em vez de ficar felizes por aquilo que nos é oferecido? Também tive um pouco desses momentos neste aniversário, mas bastante menos do que em anos anteriores. Houve muitas pessoas que não se lembraram, como seria de esperar, embora umas doam mais do que outras. Mas houve tanto carinho vindo de tantos lados! Postais que chegaram com quase uma semana de antecedência, encomendas, telefonemas de vozes distantes, mensagens e felicitações sem conta. Por isso, fica aqui um agradecimento oficial a amigos e família que, através da sua presença ou não, contribuíram para um dia feliz. E porque a vida não se faz só de aniversários, nem pouco mais ou menos, reitero igualmente a importância que têm para lá destes dias felizes.

E pronto, os 34 aconteceram e estão para ficar. Para já parecem-me bem.

Crónica da semana (a primeira), e um pequeno resumo

Voltar à escrita é aparentemente mais difícil do que estava à espera. Agradeço desde já as notas de incentivo, é muito bom saber que existem aí desse lado pessoas que gostam de ler as minhas deambulações... Obrigada. Infelizmente, sinto-me um bocado perra nestas andanças, desabituei-me deste exercício. Mas vamos lá.
A última semana trouxe a Londres aquilo que a maioria de vocês está farta de sentir na pele: calor. Dias solarengos, temperaturas altas, até parece que por cá também há Verão. Espera, estamos no hemisfério norte, por isso devia mesmo ser Verão... Nestas alturas os parques repletam-se de gente, principalmente à hora de almoço, e eu não sou diferente na minha ânsia por um pouco de sol. De repente, as pausas de almoço tornaram-se em exercícios de "trabalhar para o bronze". Não que algum dia vá lá chegar... Uma semana em Portugal não chegou, por isso há que render-me às evidências (e à herança genética).
Por norma, acho que o tempo bom põe as pessoas bem dispostas. De bem com a vida. É verdade que tenho sido atingida por um pouco dessa boa disposição, mas não consigo deixar para trás a insatisfação de viver num país onde nunca se sabe o que o dia de amanhã vai trazer, em termos meteorológicos. Pensarão vocês, talvez com razão, que é sempre cinzento, por isso qual é a dúvida? Apesar de já lá irem quase 3 anos, ainda tenho ilusões de que é possível haver Verão por estas bandas... o meu optimismo recusa a render-se.
Então, por Londres tem sido assim. Traumatizada por não ter mais férias este Verão (as habituais perguntas sobre férias tornaram-se um tabu e quase sempre desencadeiam uma onda de tristeza), a tentar planear fins-de-semana que de alguma forma mitiguem esse facto. Tenho lido mais, o que me deixa feliz. No último mês li dois livros, e recomendo ambos. Primeiro, A Shepherd's Life de James Rebanks; e ontem acabei de ler Things Fall Apart, de Chinua Achebe. Estilos muito diferentes - o primeiro escrito por um pastor inglês sobre a sua história de vida; o segundo uma obra importante da literatura africana negra, sobre as disputas entre clãs e a administração britânica na Nigéria. Tenho que falar também na omnipresente música (ou não fosse ela uma das partes mais importantes do meu dia-a-dia). Este ano tem sido o ano do regresso ao passado. Consegui ver, desde o início do ano, três das minhas bandas mais favoritas de todos os tempos - em Fevereiro Massive Attack aqui em Londres, e agora em Julho Radiohead em Lisboa e Sigur Rós novamente aqui em Londres. Claro que a minha opinião é parcial, mas foram três momentos mágicos, a reiterar o facto de todas três bandas serem fantásticas, tanto no seu portofólio como nas suas capacidades de execução ao vivo. Estou de alma cheia e não preciso de ver mais nada até ao próximo ano! (mas claro que haverá mais concertos nos entretantos...)
Fica, então, aqui este pequeno resumo das minhas andanças, embora não seja bem este o ênfase que quero dar a este espaço... Aproxima-se a passos largos o meu aniversário, por isso da próxima vez que falar convosco será provavelmente já do alto dos meus 34 anos. Talvez notem uma maior maturidade... ou talvez não.
Escrevi umas notas aquando das minhas férias em Portugal no início do mês, talvez as partilhe por aqui, havendo tempo e vontade. Nos entretantos, deixem as vossas opiniões - gostam mais deste formato, do antigo, quais são os assuntos sobre os quais mais gostam de ler? Ah, lembrei-me agora que talvez devesse fazer uma pequena reflexão sobre o referendo à saída da UE que aconteceu aqui no Reino Unido... vou apontar para a próxima "crónica".

Até breve. (Hoje debaixo de chuva)

O regresso

É verdade. Estou de regresso. Não sei quem me irá ler desse lado, depois de mais de um ano de ausência. Mas finalmente percebi que me faz falta escrever e que este era, por definição, o meu espaço de escrita. Por isso aqui retorno.
No entanto, espero fazê-lo num formato um bocadinho diferente. Não me sinto com vontade para enumerar as minhas desventuras culturais e afins, por isso proponho-me a um exercício um pouco mais pessoal. A ideia é escrever algo como uma crónica semanal, reflectiva sobre os acontecimentos e sentimentos da semana. Algo que seja mais eu.

Por agora, fica o aviso à navegação. Para breve, mais algumas palavras.