Crónica da semana (a quarta), quando todos percebemos que estas crónicas não s(er)ão semanais

É preciso enfrentar a realidade e admitir para mim mesma que talvez não vá conseguir manter a periodicidade destas crónicas em uma vez por semana. Tento escrever ao fim-de-semana, por ser por excelência uma altura em que tenho maior disponibilidade mental, mas por vezes mesmo ao fim-de-semana é difícil encontrar um tão desejado momento de calma e serenidade para me sentar ao computador e escrever.

Hoje é domingo e aqui me encontro, sentada no sofá com o computador no colo e a televisão ligada à minha frente. Lá fora o tempo está cinzento, e assim tem estado todo o fim-de-semana, a lembrar-nos que, daqui a nada, está aí o Outono. Não gosto deste tempo, deixa-me ainda mais melancólica do que o costume. Isso e o facto de ter passado quase todo o fim-de-semana a trabalhar. Sinto que foi um fim-de-semana desperdiçado, não aprendi nada nem vi nada de novo. Mas talvez esta seja apenas uma reacção ao fim-de-semana passado, prolongado cá por estas bandas, em que fui ao País de Gales, onde caminhei muito e lavei os olhos em paisagens desconhecidas. Foi um fim-de-semana intenso e proveitoso, daqueles que depois nos deixa com um certo vazio no peito, como que a ressacar de um excesso de sentimentos bons. Andei assim durante a semana, e assim continuei quando o fim-de-semana chegou. E agora que ele está quase no fim, assim continuo a sentir-me. Na obscuridade.
Para além dos passeios de exploração da ilha (qual Serpa Pinto), também houve regresso aos concertos. Uma estreia em termos de sala de espectáculos, e que bela estreia. A Union Chapel, em Islington, é, como o próprio nome indica, uma capela/igreja que, para além de serviços religiosos, alberga também ocasionalmente concertos e outro tipo de espectáculos. O espaço é muito bonito, intimista, com toda a fachada interna revestida a madeira, boa acústica. O concerto, esse, foi de um velho conhecido - Sam Beam (aka Iron & Wine) - acompanhado de Jesca Hoop, com quem gravou um álbum no início deste ano. Não conhecia o álbum, e as canções que tocaram de Iron & Wine não reconheci (e eu que achava ter um bom conhecimento de causa). Mas isso não foi particularmente importante porque gostei muito do concerto e das músicas que tocaram. Foi daqueles que volta e meia nos põem um sorriso nos lábios.
Tirando isso, actividades culturais não têm sido muitas. Continuo a ler O Jogador, de Dostoyevsky, edição de mil novecentos e troca o passo, que me está a deixar curiosa. Ao cinema não tenho ido, mas tenho visto alguns filmes por casa (de assinalar dois da realizadora Kelly Reichardt - Wendy and Lucy, e Meek's Cutoff). Agora preparo-me psicologicamente para rumar de volta ao rectângulo, desta vez por motivos profissionais. Isto por cá vai continuando com muitos altos e baixos...

1 comentário:

Anónimo disse...

Vens ao rectângulo Ibérico? Não sei se haverá outro para além deste...
Vá, agora ânimo. Beijocas da Martocas