Arrependimentos




Belo título para um filme. E depois de ver o trailer, fiquei cheia de curiosidade de ver o filme. A história de um homem e uma mulher que se encontram 15 anos depois de terem vivido um grande amor parecia-me, no mínimo, interessante. Mas a realidade pode ser outra, completamente diferente...
O filme começa engraçado: as personagens principais, Mathieu e Maya, interpretadas por Yvan Attal e Valeria Bruni-Tedeschi, reencontram-se, em Nantes, o lugar de origem de ambos. Mathieu, arquitecto de algum sucesso, está ali devido à morte da sua mãe. Em breve, a mulher virá ter com ele. Mas isso não o impede de retomar com Maya a relação que tinha ficado pendente alguns anos antes. Começa, assim, uma vida dupla de mentiras e encontros fugazes. Ok. E então? Onde está o interesse da questão? Nitidamente, o que une Mathieu e Maya é a lembrança de algo que não se resolveu, uma vez que a sua separação aconteceu em circunstâncias que nenhum dos dois percebeu. Tudo o que se vê no ecrã é a ânsia de outros dias, nada os une nos dias que correm... Já para não falar na loucura que, entretanto, se instala.
Assim, o que podia ser um bom filme, não o é. Nem sequer é um bom objecto de entretenimento. É apenas uma perda de tempo. Salvo o facto de ser um filme francês (e ser sempre um prazer ouvir essa língua melodiosa) e de ter, lá pelo meio, o Sinnerman da Nina Simone. Valha-nos isso. Senão, seria apenas um arrependimento. Como tantos na vida.

Todos os Outros




Regresso às sessões de cinema, farta que estava de andar a pagar um cartão sem dele usufruir... Regresso, igualmente, ao King, onde já não ia há algum tempo. Muito agradável para uma sessão solitária num domingo à tarde. O filme, alemão, conta a história da relação de Chris e Gitti, um jovem casal de namorados de férias na casa dos pais dele, na Sardenha. A história é apenas essa, a relação deles, as suas cumplicidades, os seus problemas... De uma simplicidade extrema, portanto. E assim se consegue um retrato fiel do que é um casal, com todas as suas limitações. É, então, um daqueles filmes que não dá propriamente para descrever. Só mesmo vendo. E ver as lutas interiores das duas personagens fez-me relembrar uma coisa: nenhuma relação a dois é fácil. As pessoas não são perfeitas...


A propósito, e como dizem os Radiohead numa das suas muitas músicas brilhantes:


"If I could be who you wanted, all the time"...

Istambul debaixo de chuva

Vida das gentes da ciência tem destas coisas. Volta e meia há congressos, e alguns acontecem em sítios bonitos e interessantes. Foi o que aconteceu comigo este ano e que me possibilitou um regresso a Istambul, sete anos depois. Quatro dias de congresso, seis dias de férias. Dois continentes, uma cultura. E muita chuva.

Istambul foi tudo isto. Gente por todo o lado, trânsito caótico. Pessoas simpáticas e prestáveis, que não falam muito inglês. Bazares, muitas lojas. Souvenirs para todos os gostos.
Palácios deslumbrantes, uma herança cultural riquíssima, história respirada a cada esquina. Muezins que nos acordam de madrugada, relembrando-nos dessa forma de viver a religião, tão diferente da nossa...
Comida maravilhosa, kebabs às dezenas, e chá, muito chá, em todas as horas e ocasiões.
Deixo-vos com algumas imagens. Para aguçar o apetite.

Primeira ponte sobre o Bósforo - vista de passeio de barco

Aya Sophia

Mesquita Nova, por fora...

... e o pátio interior

Vista da parte antiga a partir da ponte Galata, no único dia de sol da estadia

Uma igreja cristã

No Grand Bazaar, a loucura do comércio

Fotografias por RB. E tantas que ficam por mostrar...