Por terras de Sua Majestade


Oxford

York


No mês de Novembro passeei um pouco por este país que me acolhe. Primeiro, fui visitar amigos a Oxford, cidade que faz parte do meu imaginário desde o ido ano de 1997 - ano em que me foi oferecida uma agenda com fotografias da cidade. Lindas, por sinal. Desde aí que queria visitar Oxford. Mas por falta de organização mental minha, nunca o tinha feito. Chegou agora o momento. E devo dizer que, apesar do frio e da pouca luz natural, não fiquei desiludida. Senti-me transportada para uma outra época - não é por acaso que os filmes do Harry Potter foram por filmados por aqueles cantos. Há mesmo algo de mágico na atmosfera. O tempo foi pouco e ficou muito para ver, mas isso deixa também a vontade de voltar.
E voltar foi o que fiz na minha segunda visita a York, no norte do país. Rever amigos queridos e uma cidade amorosa. Celebrar aniversários, passear, fazer umas comprinhas... o costume. York é uma cidade pequena, mas muito bonita, recheada de recantos e pastelarias de abrir o apetite a qualquer um (até a mim, que não sou dada a doces)! 
Mas o melhor de tudo é mesmo estar entre amigos. O que, quando se está num país que não é o nosso, se torna ainda mais importante.

Acasos da vida (ou o mais perto que alguma vez estive de ouvir Jeff Buckley ao vivo)

Não há coincidências. Ou a vida é feita de coincidências. Escolham a vossa versão favorita. Eu acredito que, por vezes, há acasos difíceis de explicar. Como o que me levou até ao Southbank Centre numa quinta-feira gelada para ver um concerto de Gary Lucas, guitarrista virtuoso mas algo obscuro, que trabalhou com Jeff Buckley na composição de diversas músicas (algumas incluídas no álbum Grace, outras mais tarde divulgadas com o álbum Songs to no one). Passo a explicar, porque vale a pena (na minha opinião, claro está). 
A Marta, mais do que conhecedora da minha relação de longa data com a música de Jeff Buckley, mostrou-me uma notícia que dava conta de afirmações que Gary Lucas fizera sobre Jeff. Ao ler a notícia, vejo uma pequena nota no final que diz que daí a dois dias Gary Lucas fará um pequeno concerto aqui em Londres em que tocará músicas que escreveu com Jeff, ao mesmo tempo que falará sobre o livro que escreveu, Touched by Grace, sobre o tempo que partilhou com ele. Vou ao site do Southbank Centre, bilhetes ainda disponíveis, pelo que compro logo um. Qual é a parte do acaso, estão vocês provavelmente a perguntar-se por esta altura... É que a Marta não viu nada sobre o concerto e, como tal, não era objectivo dela chamar a minha atenção para tal facto. Não tivesse lido eu a reportagem até ao fim e não saberia da existência do concerto. Mas não foi assim que aconteceu. E agora tenho uma cópia autografada de Touched by Grace na minha mesinha-de-cabeceira. Para além de uns belos arrepios na espinha (e não foi por causa do frio).

Short Term 12

A minha segunda ida ao cinema por terras londrinas levou-me até este filme americano, Short Term 12. Filme da dita cultura indie, cuja acção segue Grace, que trabalha numa associação de apoio a jovens de alguma forma carenciados ou em necessidade (de seu nome Short Term 12, porque os jovens não podem lá ficar mais do que 12 meses). Mas Grace, jovem dedicada à causa que abraçou, tem ela própria problemas para resolver... E assim se vai desenrolando o filme, mostrando uma realidade difícil de forma plausível. Fazendo-nos abrir os olhos para problemas que, se tudo correr bem, nunca teremos que encontrar. Mas, e principalmente, mostrando que até nas condições mais adversas é possível encontrar o amor, construir relações, ser feliz. Para mim, essa é a mensagem do filme. Essa e que vale a pena intervir, agir, abrir os olhos para a vida. Mesmo que ela não seja sempre perfeitinha.