Despicable Me 2

Recentemente, dei-me conta que me esqueci de incluir aqui no blog a minha opinião sobre algo que também fez parte do programa do meu último dia em Berlim: uma ida ao cinema para ver o segundo capítulo de Despicable Me, conhecido em Portugal pelo nome de "Gru, o Maldisposto". Por isso, aqui fica, um bocadinho fora de tempo.
Vi partes do primeiro filme numa viagem de avião. Digo partes porque adormeci pelo meio e acabei por ver o início e o fim - o que, de qualquer forma, bastou para gostar da história e do seu herói improvável, Gru (deve ser a minha atracção inevitável por pessoas maldispostas...). 
Este segundo filme, mais previsível e doce do que o primeiro, não desilude. Tem piada, acção, romance, vilões. Tudo isto com personagens simpáticas e coloridas. E um final feliz. Que mais se pode pedir de um filme de animação?...

Sweet Tooth - Ian McEwan

Em trânsito pelo aeroporto de Colónia, sem nada para fazer e na perspectiva de mais um voo de 3 horas até Lisboa, resolvi-me a espreitar os livros que por lá andavam, numa das milhentas lojas que povoam o dito cujo. Chamou-me a atenção o mais recente livro de Ian McEwan, Sweet Tooth, o qual trouxe comigo. E aí começou mais uma leitura ávida, como é costume quando o livro é interessante e a cabeça está suficientemente em paz para poder assimilar a informação extra.
Estamos em plena Guerra Fria. A heroína desta história, Serena, é uma miúda oriunda do interior de Inglaterra, ansiosa por viver uma vida de glamour. Esse desejo leva-a a integrar o MI5, mas só no momento em que lhe é dada a missão Sweet Tooth é que Serena começa realmente a viver o seu "sonho" - tem que escolher um jovem escritor promissor cuja ideologia seja conveniente a um apoio velado do MI5 (e reportar as suas actividades, claro está). O desenvolvimento de uma relação pessoal entre Serena e o dito escritor irá pôr em causa a identidade de Serena e colocá-la numa situação difícil de gerir...
É um livro bem escrito, ou não se esperasse outra coisa de Ian McEwan. O seu estilo consegue ser tão variado que por vezes tenho dificuldade em reconhecê-lo. Mas é bom ler a obra de um escritor que, aparentemente, arranja inspiração em assuntos tão díspares. Refrescante, no mínimo. E talvez encontre nos finais inesperados a "imagem de marca" dele. Porque aqui temos outro, com certeza.

A gaiola dourada

Estar em Portugal faz com que consiga ter rotinas um bocadinho mais próximas daquilo a que estou habituada. Como, por exemplo, ir ao cinema, que foi coisa que praticamente não fiz enquanto estive em Berlim. 
O filme escolhido é uma espécie de filme-sensação, com todo o sucesso que teve em França e que está a ter, igualmente, em Portugal. A história tem tudo para ser um sucesso, está claro: a vida dos emigrantes portugueses em França. Não estamos a falar da nova emigração, mas sim daquela vaga que levou tantas pessoas até França nas décadas de 1960, 1970, 1980. Muito mais interessante, portanto.
Não vou alongar-me em considerações acerca da história, porque provavelmente a maioria já ouviu falar. Mas posso dizer-vos que o filme está muito bem conseguido, os actores, sem excepção, estão muito bem e, melhor do que isso tudo, é um filme divertido! Fartei-me de dar gargalhadas, coisa que não é nada comum em mim... Para quem ainda não viu, recomendo vivamente que se apresse a ir até ao cinema mais próximo. Vale muito a pena e acho que é nosso "dever"apoiar e acarinhar estes projectos de qualidade.
Claro que, enquanto via o filme, pensei muito sobre aquilo que será o meu futuro a curto prazo, enquanto emigrante. As circunstâncias são outras, sem dúvida, mas acho que no final do dia todos sofremos do mesmo mal, que são as saudades daquilo que faz intrinsecamente parte de nós.

Devendra Banhart x2

Este ano, resolvi transformar-me numa groupie. Bem, talvez não no sentido mais lato da expressão! Quero com isto dizer que, no espaço de menos de um mês, vi dois concertos de um dos meus músicos favoritos, Devendra Banhart. Primeiro em Berlim, sozinha; depois no Porto, na companhia de dois amigos.
Tal decisão teve definitivamente lados bons, mas também teve um lado mau (importante). O de perceber que o alinhamento era muito semelhante. Depois do concerto em Berlim, em que não gostei muito do ambiente (já aqui referi que os alemães não fazem o meu género em termos de público), achei que tinha que experimentar ver Devendra com uma audiência portuguesa. Muito embora muito mais acolhedor, respeitador e interessado, o público presente na Casa da Música talvez tenha intimidado o cantor, que se mostrou bem mais reservado do que tinha estado no concerto berlinense. Ainda assim, tentou comunicar em português, o que foi amplamente apreciado. 
Posso assim dizer que ganhei com esta experiência dupla. Houve coisas melhores num concerto e coisas melhores no outro. Até houve alternância entre canções que adoro... Por isso não me posso queixar, está claro. Mas fiquei desiludida por perceber que nem todo o calor de um bom público português (e nortenho!) chegou para fazer o Devendra dar um bocadinho mais de si.