Indie Lisboa 2010 (6)



5ª feira, 29 de Abril, 19h, Grande Auditório da Culturgest:



As Horas do Douro, de António Barreto e Joana Pontes.

Provavelmente, o momento mais esperado e desejado desta edição do Indie. Para mim, está claro. Filme/documentário concebido por António Barreto e realizado por Joana Pontes (a mesma dupla de Portugal, um retrato social), retrata a história do Douro enquanto região vinhateira. Começa com a poda das vinhas velhas, após a vindima, e segue a cronologia do processo, incluindo o enxertar das vinhas, o seu crescimento, apanha da uva e vindima propriamente dita, acabando novamente com a poda. Ao longo do processo, vão sendo contadas histórias da origem das grandes companhias de vinho do Porto, sua instalação na zona, como era feita a produção, falando igualmente, depois, da produção de vinhos mesa, que veio "revolucionar" a região.
Embora, por um lado, tenha ficado um pouco desapontada porque o filme é redutor, no sentido em que apenas fala sobre os vinhos e a vinha, por outro lado, encheu-me a alma ver o Douro retratado de forma tão bonita. Não é difícil, também. Aquela paisagem é, realmente, maior do que tudo o resto.
Fiquei nostálgica. Emocionada. Houve alturas em que senti os olhos humedecerem-se. Porque, no Douro, tenho a sensação de estar em casa. Tal como acontece com a paisagem beirã (adorada Serra do Montemuro!), sinto que é maior do que eu, e que me preenche a alma.

Indie Lisboa 2010 (5)



3ª feira, 27 de Abril, 21h30, Cinema City Classic Alvalade:



Eamon, filme de 2009, realizado por Margaret Corkey.

Fugindo à onda de documentários, veio este filme irlandês que nos conta a história de Eamon, um menino de 6 anos, e da forma como ele se relaciona com os pais.
Eamon é uma criança complicada, que nutre uma verdadeira obsessão pela mãe. De férias com a família numa praia irlandesa, o miúdo tudo faz para que não haja qualquer tipo de relação entre a mãe e o pai, que vai lentamente começando a desesperar com a situação. O que o vai conduzir às últimas consequências...
Assim se passam 85 minutos de filme, que culminam num surpreendente final. Com muito humor, é certo, este filme não deixa de ser desconcertante e, por diversas vezes, conseguiu tirar-me do sério. Assustador.

Indie Lisboa 2010 (4)



2ª feira, 26 de Abril, 19h, Cinema São Jorge:



MusicBox Club Docs: J.P. Simões - mais um documentário musical, desta vez sobre um dos meus músicos portugueses de eleição, J.P. Simões. Músico da cena conimbricense, começou a sua carreira nos Pop Dell' Arte, tendo depois constituído os Belle Chase Hotel. Depois veio Quinteto Tati, com o seu fantástico álbum Exílio e, em 2007, lançou-se a solo e em nome próprio com o álbum 1970 (ano do seu nascimento).
O documentário mistura excertos de um concerto no MusicBox, em Lisboa, com uma entrevista ao músico feita pelas ruas da cidade, nas imediações do clube lisboeta. É uma delícia ouvir J.P. (iniciais para João Paulo, se não estou em erro) falar, com a sua voz calma e doce, mas de discurso mordaz e algo desiludido. Tal como é uma delícia ouvi-lo cantar. Neste documentário, ficámos a conhecer um pouco da imagem do seu percurso musical, influências e desatinos, mas também da sua forma de estar na vida e (pseudo) ambições. Contador de histórias inveterado, é um talento de pessoa. Ou, pelo menos, imita bem.

Indie Lisboa 2010 (3)


Domingo, 25 de Abril, 18h, Cinema São Jorge:



On the road to Femina - documentário realizado por Jorge Quintela (personagem misterioso que tenho a certeza de conhecer...), acompanha a gravação e produção do álbum de The Legendary Tiger Man, Femina. As viagens do músico para gravar os diferentes duetos que constituem o álbum conduzem-nos, música a música, por um mundo de um certo "glamour trash" - as presenças femininas de Asia Argento, Cibelle, entre outras, muito contribuem para esse sentimento. Depois da produção, segue-se o lançamento e concertos de apresentação do álbum, um pouco por todo o país. Embora interessante, é um documentário um pouco "passivo", por assim dizer - somos realmente espectadores do processo, mas parece-me que a interactividade é, a modos que, nula. E, assim, é um pouco chato.

Domingo, 25 de Abril, 21h30, Grande Auditório da Culturgest:

Traces of a Diary - Fragmentos de um diário, documentário realizado por Marco Martins e André Príncipe, tem como objectivo mostrar-nos os mais importantes fotógrafos japoneses contemporâneos. Para mim, filme sobre fotografia é, logo à partida, uma premissa para me interessar. Os fotógrafos que são retratados têm em comum (dando o nome ao filme) o facto de verem a fotografia como processo diarístico. Nunca tinha pensado nisso, eu mesma, mas senti uma certa identificação com esse sentimento: a fotografia como forma de diário do que vamos vendo, experienciando, e do que nos vai tocando ao longo do processo chamado vida. Passeando por Tóquio em visitas aos fotógrafos, vamos entrando nas suas vidas e nas suas histórias... e percebendo o que os motiva enquanto profissionais.
O documentário é, assim, um bonito exercício artístico, e deve ter dado um gozo imenso aos realizadores! Acaba por ficar um pouco de inveja (...), o desejo pela luz e a vontade irreprimível de tirar fotografias. E "escrever" o meu diário.

Indie Lisboa 2010 (2)

Procurei muito, mas não consegui encontrar o cartaz do filme que fui ver na noite de sábado...

24 de Abril, Cinema City Classic Alvalade, 00h00:

"Orly", de Angela Schanelec (2010).

A acção do filme passa-se no aeroporto parisiense de Orly, captando fragmentos de diferentes histórias, vividas por personagens diversas, nesse local de transição por excelência.
Uma mulher e um homem, desconhecidos, conversam. Ela parte para Montréal, ele para São Francisco, ambas franceses de gema. Ela perde o casaco, e ambos trocam histórias - ele vai deixar os EUA e voltar a Paris. Ela inveja-o. "Onde te posso encontrar?", acaba ela por perguntar.
Um filho e uma mãe conversam, de partida para o funeral do pai/ex-marido. Entre advertências e discussões pequenas, confessam um ao outro as suas paixões secretas.
Um jovem casal alemão em trânsito, na sua viagem pela Europa. Ele gosta de fotografia, ela gosta de se ver no seu olhar. Mas o olhar dele fixa-se numa desconhecida, ela que abandonou alguém... de quem mais tarde vai ler a derradeira carta.
A câmara vai alternando entre estas diferentes histórias, misturando-as com o burburinho de aeroporto, apenas interrompido pela pungência de uma canção de Cat Power (Remember Me).

A premissa é boa, mas o filme podia ser melhor. De alguma forma, parece-me que o espectador não é suficientemente envolvido pela história. Mas não deixa de ser bonito.

Indie Lisboa 2010 (1)


O Indie Lisboa, festival internacional de cinema independente, deste ano começou na quinta-feira, dia 22 de Abril. O dia de abertura é sempre complicado, em termos de bilhete, por isso só "atacámos" a questão a partir do segundo dia de festival. E este ano até houve direito a comprar caderneta de bilhetes, por isso vai ser mesmo bem aproveitado (pelo menos, assim o espero).
Para começar em beleza, dose tripla de filmes, todos seguidinhos! O melhor foi mesmo fazer a ginástica entre as 3 salas (sim, porque foram todos em salas diferentes), com intervalos de cerca de meia-hora... Mas conseguimos!

O primeiro filme passou no Cinema São Jorge, às 19h:

"When You're Strange", documentário de Tom DiCillo (2009).


Como facilmente se percebe pelo título, este documentário é sobre a carreira dos The Doors. É narrado por Johnny Depp, e "segue" a banda desde o início, quando os diferentes membros se conhecem, até ao fim, trazido pela morte de Jim Morrison, em 1971. É engraçado perceber a cronologia das criações da banda, com diferentes estilos, acompanhar os problemas que foram surgindo devido à dependência de Morrison em relação às drogas e ao álcool. Por outro lado, é interessante ter esta perspectiva quando se conhece o filme de Oliver Stone ("The Doors", 1991), porque há pontos comuns, mas também toda uma visão muito diferente da dinâmica da banda. Fica a certeza (e a saudade...) de que The Doors foram uma banda sem igual, tendo deixada uma marca importantíssima na iconografia dos últimos 50 anos.

O segundo filme passou no Cinema Londres, às 21h15:

"La Reine des Pommes", de Valérie Donzelli (2009).


Tudo começa com Adèle a ser deixada pelo seu namorado de longa data, e amor da sua vida, Mathieu. A jovem fica desesperada e não sabe como há-de continuar com a sua vida. Sem sítio para onde ir, acaba em casa de uma prima rabugenta, que a aconselha a ver outros homens para esquecer o seu grande amor. Assim, vai conhecendo vários amantes, mas em todos eles vê a imagem de Mathieu, que não a abandona.
Esta é a grande piada do filme, uma vez que é o mesmo actor que desempenha todos os papéis (coisa que eu só percebi quase no final...). Gostei do facto de o filme ser, maioritariamente, filmado no Parc Montsouris e zonas adjacentes, que é um lugar de Paris do qual gosto particularmente.

O terceiro filme passou no Cinema City Classic Alvalade, às 23h30:

"Radio On", de Chris Petit (1979).


Se calhar, três filmes seguidos foi um pouco demais. Este "Radio On" talvez não fosse, também, o melhor filme para ver a esta hora... O filme tem uma narrativa algo parca, em que os diálogos são coisa rara. É engraçado, porque, sendo co-produzido por Wim Wenders, mantém algum espírito do realizador alemão. A fotografia, a preto-e-branco, é fenomenal. Mas a hora já ia adiantada e o sono era muito! Por isso, a viagem de um DJ de Londres até Bristol para perceber o que se passou com o irmão (que morreu), acompanhado de uma excelente banda-sonora, passou-me um bocadinho ao lado...

Lembra-te de mim



No seguimento de ter visto o "Crepúsculo" no fim de semana passado (e ter ficado relativamente fã de Robert Pattinson), tive que ir ver o filme que ainda está em cartaz com o dito rapaz! Consolar os olhinhos, portanto... :D
O filme conta a história de Tyler, um jovem adulto cuja vida familiar já passou por muitas atribulações, que resultaram numa relação difícil com o seu pai. O jovem vive, assim, uma vida sem grande propósito ou objectivos, como que à deriva. Até conhecer Ally, uma jovem que também viveu acontecimentos trágicos, mas que seguiu com a sua vida de uma forma positiva. As circunstâncias em que se conhecem vão, no entanto, colocá-los um contra o outro...
Um bocadinho melodramático, com um desfecho que, para mim, foi bastante inesperado. Mas, apesar de tudo, um filme com alguma doçura e que acaba por ser envolvente. A banda sonora é muito boa (reconheci muitas músicas ao primeiro acorde!), incluindo nomes como Sparklehorse, Ed Harcourt, Ani DiFranco ou Sigur Rós.
O objectivo foi, portanto, cumprido! Agora, o rapaz só precisa de fazer mais filmes, para poder dar azo aos meus delírios adolescentes.

Uma noite atribulada



Programa de sexta-feira à noite - cinema. O filme - Uma noite atribulada, com Steve Carell e Tina Fey, dois pesos pesados da comédia norte-americana. Uma certa relutância da minha parte, que sou sempre algo preconceituosa em relação a estas declaradas comédias (desconfio sempre do grau de piada que possam ter...). E uma surpresa bem agradável!!!
Ora, então, história - Steve e Tina são são Phil e Claire, um casal que vive nos subúrbios de Nova Iorque, cuja vida entrou num rotineiro rame-rame. Até as noites em que saem juntos se transformaram em espaços de discussão dos afazeres domésticos!
Cansados desta realidade, resolvem fazer algo de diferente e ir até à cidade para jantar no restaurante mais badalado - que calha de estar cheio... Determinados a não dar parte fraca, infiltram-se no dito cujo fingindo ser um casal que não responde à chamada para a sua mesa - e aí começam todos os problemas. O casal original é, afinal, procurado por gente muito perigosa, e assim começa a aventura, numa noite que eles jamais irão esquecer!
O filme está muito bem conseguido e as actuações são fantásticas. Há situações completamente hilariantes, daquelas de nos deixar agarrados à barriga de tanto rir. Mesmo nas cenas de acção, o filme é original, por isso, vale bem uma ida ao cinema.
Já não me ria assim, com gargalhadas sentidas, há muito tempo. Até me faltou o ar, de tanto rir. E isso só pode ser saudável.

:D

O que faz falta



"O que faz falta" é um musical que está em cena no Teatro Villaret. Com canções de Chico Buarque, é baseado na obra "Fuenteovejuna", de Lope de Vega. Uma vez que a premissa envolve música do Chiquinho, parecia uma boa ideia para programa de 5ta feira à noite... E, assim, lá fomos nós.
Cenicamente, a peça não está má. Os jogos de sombra e efeitos visuais estão bem conseguidos e são interessantes. Os actores são de qualidade variável (o musical tem um elenco de 11 actores e músicos portugueses e brasileiros), embora alguns deles até sejam conhecidos do grande público. O que, para mim, é realmente sofrível no meio disto tudo é mesmo a história. Devo primeiro dizer que não conheço a obra em que se baseia. Mas a ideia que fica é que é assim algo do género de Gil Vicente, mas para mau. Um estilo demasiado teatral e declamado, extremamente dramático.
Não posso dizer que tenha gostado. Foi bom passar um pouco mais de uma hora a ouvir canções do Chico, o que é sempre um prazer. Mas, tirando isso, não valeu muito pena. Serve a consolação de, pelo menos, andar a aproveitar mais a oferta cultural da capital...

Albert Camus - La mort heureuse



Comprei este livro há pouco tempo, qualquer coisa como um mês, numa ida consumista à FNAC. Há que aproveitar quando se encontram livros dos quais potencialmente se vai gostar. Mesmo que seja para ficarem na prateleira durante algum tempo. Não foi o que aconteceu com este, no entanto. E, passadas duas semanas, já está terminado, para meu contentamento.
Este livro é considerado o primeiro romance do escritor, que foi posto de lado para dar origem a "O Estrangeiro". A temática é semelhante e a personagem principal também... Curiosamente, foi pulicado pela primeira vez já depois da morte do autor.
É um prazer ler Camus. Tem uma linguagem muito ligada à luz e ao sol, aos seus efeitos e sensações. Mas também à moral, à dicotomia certo/errado, bem/mal. É engraçado que é quase como se os seus livros não tivessem nada de especial. Tão simples e, ao mesmo tempo, tão poderoso, tão pungente. Afirmo novamente: é um dos meus escritores favoritos. Não sei se é pelo imaginário de África do Magreb, mas há qualquer coisa que me emociona e me transporta na sua leitura.
Assim, para quem se interessa por este tipo de leitura, aqui fica a sugestão. Vale a pena.

Deixo-vos com alguns trechos do livro. Estão em Francês, mas foi assim mesmo que foram escritos...

"Nous n'avons pas le temps d'être nous-mêmes. Nous n'avons que le temps d'être heureux."

"Je suis certain qu'on ne peut être heureux sans argent. Voilà tout. Je n'aime ni la facilité ni le romantisme. J'aime à me rendre compte. J'ai remarqué que chez certains êtres d'élite il y a une sorte de snobisme spirituel à croire que l'argent n'est pas nécessaire au bonheur. C'est bête, c'est faux, et dans une certaine mesure, c'est lâche."

"Nous usons notre vie à gagner de l'argent, quand il faudrait, par l'argent, gagner son temps."

"Tout être ayant le sens, la volonté et l'exigence du bonheur avait le droit d'être riche."

"Le contraire d'un idéaliste c'est trop souvent un homme sans amour."

Foge Foge Bandido




Na passada quinta-feira, 8 de Abril, Manel Cruz e companhia desceram até Lisboa para um concerto na Aula Magna. O projecto, desta vez, dá pelo nome de Foge Foge Bandido e o álbum já saiu em 2008.
A noite não começou muito bem, depois da derrota do Benfica em Liverpool... E tivemos que esperar que o jogo acabasse para começar o concerto! Foi a minha primeira vez na Aula Magna, essa sala emblemática da capital. A plateia estava cheia, o que me deixou algo surpreendida. Ainda bem que assim é.
Não conheço bem este álbum, embora tenha ficado muito interessada quando foi editado. Mas como só esteve/está à venda no Jojo's, acabei por me "esquecer" do projecto. Assim, para além do espectáculo, houve igualmente o prazer da descoberta das músicas, o que torna a experiência diferente.
O Manel esteve acompanhado de mais 4 rapazes, pelo que o ambiente esteve animado. O som é bastante rockeiro, às vezes um pouco mais calmo, outras vezes a soar meio a fanfarra. Assim continuou, durante cerca de 2 horas, com direito a encore final pedido por uma plateia de pé! No final, ficou a vontade de comprar o álbum, mas já não havia na bancada montada à saída... Assim, ficou a música na cabeça, juntamente com alguma letras mais marcantes. E o CD pode ser que venha lá mais para Maio. Quem sabe...
Fica, então, a certeza que o Manel Cruz é, provavelmente, o melhor músico da sua geração. Que assim continue.

Notício d'O Público - Parlamento rejeita actualização extraordinária das bolsas de investigação

Embora não seja dada granda atenção à situação, aqui fica o comentário à discussão que ontem ocorreu em Reunião Plenária da Assembleia da República.

" Os projectos de lei do PCP e do Bloco de Esquerda para a actualização extraordinária das bolsas de investigação foram rejeitados no Parlamento com os votos contra do PS e a abstenção do PSD e CDS.

Os dois diplomas tiveram os votos favoráveis do PCP, Bloco de Esquerda e Partido Ecologista Os Verdes.


O diploma dos comunistas visava estabelecer uma actualização que coincida com os aumentos decretados anualmente para todos os trabalhadores da administração pública.

Propunha ainda uma actualização imediata de 10 por cento nas bolsas inferiores a mil euros e de cinco por cento nos subsídios superiores àquele montante.

O Bloco de Esquerda pretendia que, extraordinariamente, as bolsas atribuídas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia fossem actualizadas em 10 por cento quando se trate de subvenções inferiores a 800 euros, de cinco por cento para valores entre os 800 e os mil euros e dois por cento quando a bolsa ultrapassasse os mil euros.

O Bloco também defendia a criação de um mecanismo de atualização permanente, com um aumento anual indexado ao aumento salarial da função pública definido no Orçamento do Estado. (...)"

Para lerem a notícia completa, sigam este link.
A minha opinião pessoal fica para mais tarde.