Doces de fim-de-semana

Mais uma vez, fui buscar inspiração ao blog Mão na Massa para cozinhar a sobremesa para este sábado.
Desta vez, escolhi estes muffins de chocolate e laranja, que é uma combinação que eu adoro.

Apesar de não ter todo o material que precisaria para fazer isto bem feito (o que resultou em massa a verter para fora das formas...), os muffins ficaram muito bons (modéstia à parte), fazendo as delícias da família que voltou a casa depois de uma semana de férias. Que me deixaram cheia de saudades...

Para repetir, sem dúvida, até porque não vão durar muito. :)

Passeio no Porto em família

No passado sábado, houve dia de passeio no Porto para a família Resende. Já há muito tempo que tal não acontecia, e realmente é pena, porque são oportunidades maravilhosas de fazer o que mais gosto: (1) passear, (2) estar com a família, (3) tirar fotografias.

O passeio começou no Palácio de Cristal e prolongou-se pela freguesia de Massarelos, com uma descida até à beira-rio para almoçar, e consequente subida até ao Campo Alegre onde visitei, pela primeira vez (apesar de ter trabalhado na zona durante mais de um ano!) o Jardim Botânico do Porto.

Pelo meio, muitas flores, para todos os gostos, ou não estivéssemos nós na Primavera. Eu, como o sangue que me corre nas veias tem, com certeza, alguma coisa em comum com o do Avô Dino, gosto de fotografar flores. No chão, nas paredes, caídas ou a trepar por um muro. E, neste passeio, fiz o gosto ao dedo, como se costuma dizer. "Modelos" não faltaram e, apesar de o sol não se ter mostrado muito amigo, a chuva não apareceu, proporcionando-nos um belo dia de passeio.

Agora, é marcar o próximo.

Vergonha

A vontade para escrever neste blog tem sido menos que pouca. Ando "desinspirada". Desinteressada.

Finalmente vi, há uns dias, o dito "filme do ano", segundo no currículo de Steve McQueen, polémico realizador britânico. Não, não vi o primeiro, "Fome" de seu nome. Por isso não estava familiarizada com o estilo do realizador, nem sabia muito bem o que esperar. Mas antes assim.
Não sei muito bem como falar sobre este filme. Como o próprio nome do filme sugere, vergonha é o sentimento que o domina. Vergonha pela vida que Brandon, personagem-mais-do-que-principal do filme (brilhantemente interpretada por Michael Fassbender), vive. Brandon é um predador sexual, vive imerso num mundo onde não existem pessoas nem sentimentos, mas apenas corpos e volúpia. No mundo real, Brandon é um tipo quase tímido, que rejeita qualquer contacto emocional mais íntimo, desajeitado. É assustador pensar que alguém é capaz de viver uma vida assim (e estou certa que os haverá entre as pessoas que me rodeiam). A vertigem é tal que chega a ser nauseante... Mesmo, ao contrário do que estava à espera (afinal sempre tinha expectativas), não havendo sexo explícito. Muito pouco é mostrado, mas não é preciso, porque o filme é de tal forma denso que não precisa de recorrer a isso.
Fiquei realmente repugnada. Acho que essa é a melhor palavra para descrever o que senti. O filme é muito, muito bom, está filmado de forma fantástica (há uma anonimidade latente que funciona muito bem na ideia geral), Fassbender é soberbo. Aliás, posso até dizer que é um actor que achava muito interessante (fisicamente). E digo "achava", porque depois de ver este filme, e enquanto me lembrar, não vou conseguir desligar da repugnância que me suscitou. Chega a ficar fisicamente feio, velho, deformado. Como se o exterior quisesse espelhar o que tem por dentro... É um filme fantástico, mas não um filme de que se goste (e a arte nem sempre se rege por esses princípios).

No fim, só espero que haja esperança, e que seja essa a mensagem final. Que o mundo em que vivemos não seja um mundo de cínicos.

Uma Doce Mentira

Duas idas ao cinema na mesma semana é algo muito raro hoje em dia. Mas esta semana aconteceu. Desta vez, as três primas foram ver (mais) um filme francês, mas agora uma comédia romântica com Audrey Tautou, bem ao estilo francês.
Então: Emilie, a personagem interpretado por Tautou, é uma "solteirona" dona de um cabeleireiro no sul de França. Um dia, recebe um bela carta de amor anónima, mas que não lhe desperta o interesse. No entanto, resolve reenviá-la à mãe, que ainda não recuperou do facto de ter sido abandonada pelo marido, o seu pai... Aqui começa um conjunto de mal-entendidos muito divertidos e caricatos.
História simples, fórmula ganhadora. Mas os pormenores fazem a diferença. Como, por exemplo, o facto de o filme ser rodado em Sète, cidade costeira no sul da França que eu visitei várias vezes enquanto vivi por esses lados... Lindo.

Declaração de Guerra

De volta às sessões de cinema. Domingo à noite trouxe consigo este filme francês da autoria de Valérie Donzelli, a mesma de "La Reine des Pommes". Vem novamente acompanhada do "seu" Jérémie Elkaïm, para ambos protagonizarem uma história comovente: como toda vida se altera quando descobrem que o filho de ambos, com apenas 18 meses, tem um tumor cerebral extremamente agressivo. A história é tão mais comovente sabendo que é baseada na experiência pessoal dos protagonistas (enquanto casal na vida real), que têm realmente um filho que passou pela doença.
Tinha curiosidade em perceber como essa história dramática seria contada, onde é que a tónica seria colocada. Mas a verdade é que, talvez por ser uma história tão próxima dos actores que a protagozinam, acaba por ser contada com aquilo que me parece ser grande superficialidade. Talvez o objectivo seja desdramatizar, mas não foi bem isso que senti. Foi quase como se, nos momentos mais difíceis, eles não conseguissem ser convincentes porque, no fundo, sabiam que a história iria acabar bem. Não sei...
A verdade é que acabei por não gostar muito. Quer dizer, não é que não tenha gostado. Mas não gostei muito. Ficou um bocado aquém das minhas expectativas.

Vodafone Mexefest @ Porto

Este fim-de-semana que passou fui ao Porto. Não ia lá há um mês. Fui ao Vodafone Mexefest, por sugestão da prima Cristina. Na sexta-feira lá fomos nós em direcção à Invicta. Chegados lá, pousámos as tralhas e, depois de comer qualquer coisa, rumámos até Passos Manuel, centro nevrálgico do festival.
O primeiro concerto que espreitámos foi Nicky and the Dove, no Coliseu, mas foi algo muito rápido, porque saímos todos de lá a bater com os pés no rabo! A senhora é um bocado assustadora e não gostei nada da música. Daí, descemos ao Sá da Bandeira, que se compôs para ouvir Cass McCombs, cantautor americano. A acústica da sala é muito má (como em tempos tinha desconfiado, num concerto de Tricky), mas os meninos também pareciam ter-se esquecido de fazer o sound check... Não obstante, foi um concerto interesssante, mas definitivamente a pedir um espaço mais intimista. A noite ia crescendo e nós mudamos de poiso, desta vez para a Garagem Vodafone (ie, Garagem Passos Manuel, em frente ao Coliseu), para ouvir King Krule, colectivo londrino liderado por um jovem de 17 anos "leite com cenoura" (Pedro dixit). Um som muito interessante, denso, profundo. A desafiar a juventude de quem o produz. Mesmo que essa juventude parecesse completamente alienada... Fiquei até o concerto terminar, para depois me juntar ao resto do pessoal no Coliseu, para ver a parte final do concerto de St. Vincent. Música que não aprecio, mas a prestar um bom espectáculo. E assim chegou ao fim o primeiro dia de concertos.
No segundo dia, os concertos começaram mais cedo. Ao final da tarde, fui ver o concerto dos Lacraus no Guarany, café mítico da baixa portuense onde eu nunca havia estado. O espaço é giro e depressa se apinhou de gente ávida para assistir ao concerto. Foi giro, gostei das músicas, apesar da pronúncia "betinha" do vocalista. Gostei particularmente da participação de Samuel Úria (e do seu "Teimoso") e da versão de "Inventor", dos Heróis do Mar, que fizeram. Quando regressámos à baixa depois do jantar, já o concerto de Josh Rouse estava quase no fim, por isso fomos até ao Ateneu Comercial, para conhecer o espaço e ouvir Fink, rapaz que tem umas músicas giras, principalmente para música ambiente. Subi novamente Passos Manuel para me plantar junto à Garagem Vodafone, onde tocou de seguida Hanni El Khatib, que (me) proporcionou o melhor concerto do festival. Fiquei completamente rendida ao rock visceral do norte-americano, que faz música que faz lembrar outros tempos, em que a música era mais sincera... O concerto, esse, foi poderoso, tendo apenas dois músicos em palco: guitarra+voz e bateria. Mas não precisaram de mais ninguém! A seguir ainda fomos espreitar Twin Shadow ao Coliseu, que deram o que me pareceu um concerto muito eficiente, um bom espectáculo. Mas não sou grande fã da banda. Para terminar, tentámos ver Ladrões do Tempo no Cinema Passos Manuel, mas a lotação (que não deveria ser grande) esgotou. Tant pis pour eux.
Assim ficou para trás um fim-de-semana de concertos, com muita música, alguma muito boa. E que me deixou absolutamente viciada na música de Hanni El Khatib. Pena que tenha ficado o travo amargo de ter estado no Porto um fim-de-semana sem ter visto ninguém conhecido... Acho que me tornei numa "sem-terra".