Há uma primeira vez para tudo


Como, por exemplo, para ver uma banda que se adora há já muitos anos... E foi precisamente isso que aconteceu neste início de Junho, com a vinda de Iron & Wine a Berlim, num dos poucos concertos que compõem a digressão europeia do senhor.
Estive indecisa em relação a comprar bilhete ou não. Sem companhia, precisei encontrar em mim mesma a motivação para o fazer (não ajudava o preço - elevado - do bilhete). Talvez seja difícil perceber de onde vinham as dúvidas... mas o último álbum não é propriamente o mais fantástico e visionamentos de algumas prestações ao vivo faziam crer que talvez fosse ter uma desilusão. Ainda assim, a influência da M. cá por casa fez-se sentir e lá me decidi a comprar o dito cujo! E assim, nessa primeira quarta-feira de Junho, rumei até ao Admiralpalast, belo teatro no centro de Berlim (a fazer lembrar os nossos teatros), naquela que foi a minha primeira incursão num concerto deste género desde que me mudei para cá.
A primeira parte ficou a cargo de uma banda inglesa, de seu nome This is the Kit. Som calmo, intimista. Gostei. Depois de uma pausa, entra em palco Mr. Beam, Sam Beam (aka Iron & Wine), acompanhado de algo que mais parecia uma mini-orquestra - não faltavam violinos, violoncelo, saxofones, trompetes, e muita gente para ajudar nos coros. A puxar mais para o estilo do novo álbum, portanto, algo distante do som predominantemente folk a que este senhor nos habituou no passado. No entanto, o concerto teve um pouco de tudo, ainda que com especial ênfase no último álbum, Ghost on Ghost. Momentos mais calmos, com Sam Beam em palco apenas acompanhado da sua guitarra, proporcionaram passagens pelo passado, incluindo uma versão surpreendente de Boy with a coin. Aliás, não faltaram versões quase irreconhecíveis de diversas canções (tal como de Such great heights, original dos Postal Service, ou Jezebel). No total, o concerto durou cerca de 1h45, com momentos algo díspares, mas sempre interessantes. Acabou com um encore no qual o músico optou por tocar Naked as we came, sozinho com a sua guitarra.
Claro que ficaram muitas canções por tocar. Algumas das minhas favoritas. Mas com uma discografia já com cinco ou seis álbuns, não é fácil agradar a toda a gente (e eu aceito a minha parte). Talvez o que me tenha desagradado tenha sido o público alemão. Frio, mas ao mesmo tempo barulhento, com pessoas a andar de um lado para o outro durante o concerto, entrando e saindo da sala constantemente. Mais respeito seria agradável.

Tirando isso, foi um belo regresso... ao futuro.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não percebi o regresso ao futuro... :/
Ainda bem que gostaste. Fica para o CV musical. :)
Beijocas M.

Anónimo disse...

Não percebi "o regresso ao futuro"... :/
Ainda bem que gostaste. Fica para o CV musical. :)
Beijocas M.

irRita disse...

Eu sei que é uma expressão algo dúbia... mas com "regresso ao futuro" quis implicar um sentimento algo semelhante ao do filme - é quase como se não houvesse uma versão unidireccional do tempo. Viagem ao passado com implicações para o futuro. Que achas?