Boyhood

Há mais de um mês atrás, fui ver o mais recente filme de Richard Linklater, o mesmo da trilogia "Antes de..." e um dos meus realizadores favoritos. As expectativas eram mais que muitas, ou não fosse este um projecto único, seguindo a história de um rapaz em tempo real, desde os 5 aos 18 anos, numa filmagem que durou 12 anos. A premissa é extraordinariamente simples e, ao mesmo tempo, genial. Quase que um documentário, centrado na vida de um rapaz que poderia ser qualquer um de nós. Como seria ver a nossa vida compilada de tal forma?...
Não sei se foi por causa das altas expectativas ou do mau humor que me tem assolado ultimamente (há já uns meses), mas certo é que não fiquei particularmente impressionada (e custa-me muito dizer isso). Toda a parte inerente à ideia original do filme é brilhante, porque ver os actores/personagens a crescer, amadurecer em frente aos nossos olhos oferece um sentimento de realidade ao filme que é difícil de superar. Mas o que me desagradou e me fez revirar os olhos em algumas partes do filme são as ideias pseudo-intelectuais debitadas pela personagem principal na busca daquilo que o define enquanto pessoa. Talvez esteja a ser demasiado exigente e deva ter em consideração que estamos a falar de um adolescente (e é preciso sempre dar o desconto necessário a tais casos). Mas houve alturas em que realmente parece uma colecção de psicologias baratas - com particular ênfase para a cena final.
Tendo dito isto, não quero de forma alguma dissuadir quem quer que seja de ver este filme. Vale muito a pena e, como disse, a ideia que lhe serve de base é brilhante. Mas, como dizem cá por esta terra, you have to take it with a grain of salt.

Sem comentários: