A Valsa com Bashir



No dia a seguir a ver o Benjamin Button, fui mais o mais-que-tudo até ao King para ver este "A Valsa com Bashir", do realizador israelita Ari Folman. O filme é um documentário, em formato de animação, sobre a actuação do exército israelita na Guerra do Líbano, no início dos anos 80. Tem contornos autobiográficos, por aquilo que entendo, e é um retrato ao mesmo tempo perturbador e apologético.
O facto de ser um documentário de animação, permite ao realizador evocar imagens extremamente violentas e, nesse sentido, é uma decisão bastante inteligente. Não sei se foi por isso, se para poder incluir testemunhos de pessoas sem que estas tivessem que ser filmadas...
Assim, toda a realidade aqui retratada é violenta. Cruel. A mensagem, essa, acho que pode ser interpretada de várias formas. Por um lado, parece ser uma forma do realizador, como israelita, justificar a actuação do exército do seu país, no conflito em questão. Mas eu acho que, de qualquer forma, não há qualquer inocência (nem intuito de fazer passar essa imagem) na forma como a acção se desenrola, nem dos seus intervenientes... Como, aliás, costuma acontecer em tempo de guerra.
É um excelente filme, que recomendo vivamente. E até está nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Não que eu confie muito no discernimento da Academia Americana...

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