Azul longe nas colinas



Esta ida ao teatro já estava há muito planeada, mesmo antes da peça estrear, para dizer a verdade. Tudo para poder aproveitar os bilhetes a metade do preço às quintas-feiras... Que uma pessoa gosta destas coisas, mas se puder poupar, tanto melhor (até porque estamos em tempo disso).
Bem, tenho que confessar que a razão mais principal de todas para ter ido ver esta peça foi o facto do Albano Jerónimo constar do elenco... Eu sei, nada nobre, esta razão, mas há que ser sincera nestas situações. Razões à parte, o elenco é muito bom, Albano incluído. Então e a história? Sete miúdos, amigos, passam os seus tempos livres em brincadeiras num bosque perto de suas casas, imitando as rotineiras vidas dos adultos. Sete crianças, interpretadas por adultos, a brincar aos crescidos... Interessante, no mínimo. A história, embora simples, encerra muita da complexidade humana. O nosso desejo, enquanto crianças, de imitar o que vemos à nossa volta, muitas vezes sem a capacidade de percebermos o que é certo ou errado. A natural falta de consequências nos seus actos faz com as crianças sejam, por vezes, cruéis, e é também isso que vemos retratado na peça. Tal como há tanto que nos é inerente, e não apre(e)ndido...
Esta reflexão sobre a natureza humana é obra de Dennis Potter, autor inglês, a encenação é de Beatriz Batarda, a música do seu marido, Bernardo Sassetti, e no elenco, para além do supracitado Albano Jerónimo, temos Bruno Nogueira, Dinarte Branco, Elsa Oliveira, Leonor Salgueiro, Luísa Cruz e Nuno Nunes. Em cena na sala estúdio do Teatro Nacional D. Maria II, até 20 de Março. E vale bem uma ida ao teatro.

Sem comentários: