The Ides of March

Sessão dupla de cinema num só dia não é coisa que aconteça muitas vezes. Mas o Lisbon & Estoril Film Festival assim obriga. Até porque a ante-estreia nacional deste último filme de George Clooney, The Ides of March (Nos idos de Março, versão portuguesa), dificilmente passaria em branco. Assim, agarrei nos dois últimos bilhetes (pelo menos, assim me disse a menina que mos vendeu) e obriguei a minha irmã a ir comigo à sessão, que incluía um masterclass com Paul Giamatti. Só boas razões para estar presente, portanto.

The Ides of March é um filme político. Apesar de parecer ser uma resposta à eleição de Barack Obama, aparentemente foi pensado quando Bush filho ainda estava no poder. Portanto, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência (ou talvez não).

Mike Morris (Clooney) é um candidato democrata à Presidência dos EUA., mas primeiro é preciso ultrapassar as primárias (sistema esquisito, o dos americanos). Stephen Meyers (Ryan Gosling) é o seu jovem assessor de campanha, que acredita estar a trabalhar para o melhor candidato que a América já viu. Um idealista. Mas o decurso da campanha, e todos os seus meandros, irá provar que, em política, não há homens bons nem lugar para idealismos.

Como disse Giamatti durante a sessão de perguntas-respostas, este é um filme sobre o fim da juventude e a entrada na idade adulta. E sobre a desilusão que ocorre entre uma e outra. É um filme duro, recheado de boas interpretações. Um filme masculino, claro está. E um filme triste. Porque à parte o facto de a história se passar na arena política, o retrato está bem feito e todos passamos pela desilusão da idade adulta. O fim do lirismo. A gravidade que nos puxa os pés para o chão...

Ryan Gosling tem uma interpretação particularmente bem conseguida. O contraste entre o início do filme e a cena final é tal que parecemos conseguir sentir o que vai dentro daquela cabeça. A mostrar que é um actor versátil e que, apesar de não ser muito bonito, tem uma daquelas estrelinhas difíceis de explicar. E Giamatti é uma pessoa muito afável, entretendo o público que enchia o auditório do Centro de Congressos do Estoril até perto da 1h da manhã, com o seu estilo divertido e despreocupado.

3 comentários:

Anónimo disse...

Hum, fiquei com vontade de ver, inicialmente pensei que fosse só sobre política, mas sendo assim, e também pelos actores, vale bem uma ida ao cinema!
Carolina R

Anónimo disse...

Hum, fiquei com vontade de ver, inicialmente pensei que fosse só sobre política, mas sendo assim, e também pelos actores, vale bem uma ida ao cinema!
Carolina R

irRita disse...

Sim, na minha opinião acho que vale bem uma ida ao cinema. :)