Viagem à Suiça do Médio Oriente (aka, Jordânia) - dia 5, ou Petra pela última vez

Última incursão por Petra. Há tanto para ver que facilmente poderíamos passar uma semana a explorar a cidade antiga. Mas não temos esse tempo e, como tal, é preciso fazer escolhas. E optamos por subir ao Sítio Alto do Sacrifício (minha tradução improvisada) - parece uma caminhada simpática e recompensada com belas vistas do cimo da montanha.
Começamos mais cedo do que é costume e somos brindados com o camaleonismo de Petra - as suas cores de manhã cedo são completamente diferentes das das outras alturas do dia em que visitámos. E, assim, à quarta vez em que fazemos o percurso de incursão na cidade, ainda conseguimos ser surpreendidos. E é nitidamente uma altura mais calma para visitar, antes de chegarem os milhentos autocarros cheios de turistas que cá vêm passar o dia.
A subida começa um pouco mais abaixo do Tesouro e facilmente reconhecemos o caminho, com degraus em direcção à montanha. Alguns são recentes, mas outros fazem parte do engenho nabateu e remontam há muitas centenas de anos atrás. É interessante parar um pouco e pensar nisso. Perceber como estes caminhos que percorremos hoje enquanto turistas exploradores em tempos serviram um verdadeiro propósito, com uma população dinâmica.
O caminho é sempre a subir e não tem muito que enganar. Pelo caminho, vamos ganhando outras perspectivas da cidade lá em baixo, e outras partes vão-nos sendo reveladas pelas montanhas. O Sítio Alto do Sacrifício é exactamente o que o nome descreve. É um sítio no alto da montanha onde encontramos um altar de sacrifício, com "canalizações" para drenar o sangue e uma mesa larga para reunir os convivas. Aqui se sacrificavam animais como oferendas aos deuses, rituais tão comuns em civilizações idas (e não só, ainda se verificam em diversas culturas actuais). Se do ponto de vista cultural é um lugar interessante, mais interessante é pelas vistas desafogadas que proporciona. Vamos percorrendo os caminhos por entre as rochas e a cada dois, três metros há uma nova perspectiva que se abre perante os nossos olhos. É a loucura das fotografias, panorâmicas e não só.
Com uma pausa para retemperar energias, somos abordados por um rebanho de cabras pertencente às pessoas que exploram uma tenda de souvenirs no cimo do monte. Decido oferecer-lhes uns biscoitos de pão que já estão um bocado secos e faço amigos para a vida! As cabras não me querem largar e por momentos receio ser empurrada pela rocha abaixo. Salva pelas donas que vêm espantar as bichas e mandá-las passear. Literalmente.
Depois deste pequeno episódio divertido, pomo-nos a caminho. Muito gostaríamos de dar a volta à montanha pelo lado oposto, mas o tempo contado obriga-nos a regressar pelo mesmo caminho por onde subimos. E tanto que fica por ver, apesar das três visitas a Petra que fizemos. Realmente, este país tem muito que se lhe diga e merecia umas férias mais alargadas.

Depois de recolhermos as nossas mochilas no hotel, tentamos a inglória missão de comprar bilhetes de autocarro para Amman. Depois de todo um conjunto de informações desfasadas, lá identificamos o autocarro e conseguimos, a muito custo, comprar os bilhetes. Não é fácil usar transportes públicos nesta terra!
São quatro horas de viagem de autocarro até Amman, onde chegamos já de noite a uma estação de autocarro sombria. Somos abordados de forma persuasiva (para dizer o menos) por alguém que nos quer conduzir ao hotel, e lá vamos. O hotel é simpático e limpo, e depois de nos instalarmos procuramos um sítio próximo para jantar.
Estamos nitidamente cansados e a precisar de uma boa noite de sono para enfrentar o norte do país. Que parece ter ainda mais para oferecer.


O elefante do Siq

Subida para o Sítio Alto do Sacrifício

Sítio Alto do Sacrifício

Os túmulos vistos de lá de cima

As minhas amigas cabras antes do ataque!

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