Escrevi este pequeno texto no passado domingo, enquanto regressava a Lisboa, vinda das férias em Odeceixe. Aqui fica, para partilhar convosco.
"Os transportes públicos são obsoletos em determinadas situações, quer queiramos, quer não.
Como criticar o dito capitalismo absurdo que nos faz pegar no carro para qualquer deslocação, quando tantos são os casos em que as alternativas são quase inexistentes?
Quer dizer, se calhar, estou a exagerar. Até porque quando me fui informar sobre os horários de autocarros de Odeceixe para Lisboa, fiquei a saber que há três carreiras diárias. Uma de manhã e duas à tarde. Sendo que uma das da tarde é, supostamente, mais rápida. Um expresso para Lisboa!
Embora tenha desconfiado um pouco da duração da viagem (segundo o horário, quatro horas e vinte minutos), nada fazia prever um tamanho suplício.
O autocarro chegou a Odeceixe com, mais coisa, menos coisa, 40 minutos de atraso. Problemas no trânsito, aparentemente. Mas estes minutos de atraso acabariam por perder importância face ao cenário que se avizinhava. Paragens e mais paragens, por tudo o que é vila no meio do sudoeste alentejano. A saber, e até ao momento, em que estamos parados em Grândola para uma pausa de 10 minutos, parámos nas seguintes localidades:
- Zambujeira do Mar (grande confusão, como seria de esperar);
- Cabo Sardão;
- Almograve (com manobras altamente complicadas que incluíram andar dois quarteirões em marcha-atrás, numa rua em que só havia espaço mesmo para o autocarro!);
- Vila Nova de Milfontes;
- Porto Covo;
- Grândola.
Assim posto, até pode nem parecer muito. Mas este percurso, que, normalmente, demoraria cerca de uma hora, vai agora nas 3 horas de duração. O que é qualquer coisa de espectacular! Acho que é preciso encarar como uma viagem turística para conhecer todos estes lugares pitorescos.
Mas agora, que a noite começa a cair, é mais difícil aproveitar o pitoresco da viagem. E sobra apenas o espaço para introspecção, que vai acelerada, que assim consegue a cumplicidade do escuro."
"Os transportes públicos são obsoletos em determinadas situações, quer queiramos, quer não.
Como criticar o dito capitalismo absurdo que nos faz pegar no carro para qualquer deslocação, quando tantos são os casos em que as alternativas são quase inexistentes?
Quer dizer, se calhar, estou a exagerar. Até porque quando me fui informar sobre os horários de autocarros de Odeceixe para Lisboa, fiquei a saber que há três carreiras diárias. Uma de manhã e duas à tarde. Sendo que uma das da tarde é, supostamente, mais rápida. Um expresso para Lisboa!
Embora tenha desconfiado um pouco da duração da viagem (segundo o horário, quatro horas e vinte minutos), nada fazia prever um tamanho suplício.
O autocarro chegou a Odeceixe com, mais coisa, menos coisa, 40 minutos de atraso. Problemas no trânsito, aparentemente. Mas estes minutos de atraso acabariam por perder importância face ao cenário que se avizinhava. Paragens e mais paragens, por tudo o que é vila no meio do sudoeste alentejano. A saber, e até ao momento, em que estamos parados em Grândola para uma pausa de 10 minutos, parámos nas seguintes localidades:
- Zambujeira do Mar (grande confusão, como seria de esperar);
- Cabo Sardão;
- Almograve (com manobras altamente complicadas que incluíram andar dois quarteirões em marcha-atrás, numa rua em que só havia espaço mesmo para o autocarro!);
- Vila Nova de Milfontes;
- Porto Covo;
- Grândola.
Assim posto, até pode nem parecer muito. Mas este percurso, que, normalmente, demoraria cerca de uma hora, vai agora nas 3 horas de duração. O que é qualquer coisa de espectacular! Acho que é preciso encarar como uma viagem turística para conhecer todos estes lugares pitorescos.
Mas agora, que a noite começa a cair, é mais difícil aproveitar o pitoresco da viagem. E sobra apenas o espaço para introspecção, que vai acelerada, que assim consegue a cumplicidade do escuro."
2 comentários:
Faz-me lembrar um complicado regresso de Portimão há uns anos...mas nós continuamos a acreditar nos transportes portugueses e lá decidimos experimentar outra vez! Enfim, depois do desespero do momento sobram-nos história para contar!
Isso é bem verdade! Se assim não fosse, éramos uns desiludidos. E não queremos ser! Avante com os transportes públicos!!! :)
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