Wendy and Lucy



Demorei um certo tempo até escrever sobre este filme porque, apesar de a história não ser particularmente rica, nem o filme muito bonito (em termos fotográficos), acaba por ter uma beleza imensa que ultrapassa tudo isso, e que me pôs a chorar logo a meio do filme. Assim, foi preciso digerir um bocadinho para poder escrever por cá.
Vamos então à história. Wendy é uma rapariga, em viagem, à procura de uma oportunidade de vida no Alaska. Consigo traz Lucy, a sua companheira de sempre, uma mistura de Pointer com Labrador. Algures no Oregon, pára para passar a noite. Na manhã seguinte, o carro, um velho Honda Accord, não pega. É preciso que seja visto por um mecânico, que teima em não aparecer na oficina. Daqui se começa a perceber que toda a história será um seguimento de "pequenas" contrariedades. Que culminam no desaparecimento de Lucy, despoletando, assim, uma espiral de desespero. Mas Wendy não espelha esse desespero. A câmara segue-a, de forma quase obsessiva, e a sua expressão parece não se alterar, aconteça o que acontecer.
Mas a calma é aparente, e decisões precisam ser tomadas. Nesta altura, já eu chorava baba-e-ranho, com soluços e tudo (que vergonha!...). Mais que previsível, esta minha reacção...
Como é possível constatar, o filme não é muito rico. Aliás, a acção está praticamente dominada por Wendy, uma Michelle Williams seráfica. Por isso, não é um filme para todos os gostos. A mim, tocou-me particularmente, mas a minha sensibilidade em relação às relações com animais é conhecida...
Tenho é que me controlar mais, saí da sala de cinema com a cara toda às manchas. Não sou uma chorona discreta.

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