Super Bock Super Rock 2011, ou o regresso a um passado empoeirado



Já passou mais de uma semana desde o fim-de-semana mais... calamitoso, provavelmente, dos últimos tempos. Tenho que confessar que as expectativas já não eram muito favoráveis: o tempo de ir a festivais de Verão já ia lá bem longe (2003 ou lá perto), a minha fé nesse género de eventos também não estava no seu melhor momento. Mas a decisão estava tomada, por isso as 4 chicas rumaram a sul, em direcção ao Meco!
Os problemas começaram pouco tempo depois de atravessar a ponte 25 de Abril: fila de trânsito, compacta, e que se manteve quase até ao recinto. Houve alturas em que desliguei o carro e tudo, imagine-se lá! Relatos do "exterior" iam-nos dando conta do caos que já se vivia no recinto, nomeadamente na falta de espaço para acampar... Facto que constatámos assim que finalmente entramos no acampamento, já quase às 19h - para além do espaço em si ser mau, com desníveis e troncos de árvores um pouco por todo o lado, espaço disponível para montar 3 tendas também era coisa que não abundava. Tivemos que ser imaginativas, portanto. Concertos só começaram, basicamente, com Beirut, que me encheu o coração, apesar de não ser um concerto de festival. Fico à espera que o rapaz decida vir fazer um concerto em condições a Portugal, num espaço como a Aula Magna, por exemplo... De seguida, rumámos até ao Palco EDP, onde estava a sueca Lykke Li a tocar, no momento da noite. Um grande concerto, de uma senhora com uma grande voz e uma grande presença em palco. Muito bom. O regresso ao palco principal ainda nos deixou ver o encore de Artic Monkeys, mas nada que despertasse demasiado a atenção.
Uma noite nada bem dormida (já não me lembrava que o pessoal tem a mania de não se calar durante toda a noite...) trouxe consigo o segundo dia de festival. E também a percepção das limitações da organização do dito cujo. Ora então: logo de manhãzinha já havia filas para os chuveiros (talvez por serem muito poucos), bem como para as pias onde lavar a louça... Depois, filas havia para apanhar os autocarros para a praia... Onde chegámos já quase ao meio-dia. Praia muito gira, enorme, onde nunca tinha estado. Nus, não vi, parece que estavam lá mais para o fim da praia... O regresso ao recinto fez-se cedo, para evitar as filas de trânsito (muito vistas por aqueles lados), e houve então direito a um banhinho gelado - maravilha!!! Bem, vou cortar nos pormenores, para vos dizer que o segundo dia foi realmente o melhor em termos de concertos, mas também o mais complicado, em termos de gente. Havia tanta gente no recinto que não se viam clareiras, e o pó era tanto no ar que quase tornava impossível uma respiração normal!!! Apesar de nem sequer termos pensado em ir muito para junto do palco, fomos pisadas e empurradas, por pessoas que achavam que havia mais espaço do que na realidade... Não obstante, Portishead deram aquele que foi "o" concerto deste festival, recriando musicalidades que nunca pensei ser possível fazer ao vivo. Um concerto emocionante e emocional, sem dúvida, que mexeu com os meus limites. De seguida vieram os Arcade Fire, grupo do qual descobri não gostar por aí além, mas que deu um concerto muito bom, cheio de energia. E só não conhecia 3 músicas, por isso acho que até passava por fã.
Ao terceiro dia, lá aprendemos qualquer coisa e fomos passear - primeiro até à Lagoa de Albufeira, com uma praia bem bonita, e depois até Sesimbra, que é um sítio espectacular. Com os ânimos um pouco mais recompostos, lá enfrentamos o último dia de pó e música (por esta ordem), que acabou por ser uma desilusão. Se expectativas já não havia para nomes como Brandon Flowers ou Slash, The Strokes conseguiram dar um concerto morno morno, com um Julian Casablancas que parecia não saber onde estava, nem o que estava a fazer. Isso, aliado aos problemas de som, tornou o concerto pouco menos que sofrível. E assim chegaram ao fim 3 dias de grandes dificuldades logísticas e muita irritação (porque eu tenho muito mau feitio!!!), que acabou por ter pouca música, para tantos dias de festival. Mas houve música muito boa, por isso não foi mau de todo.

Mas não creio que me apanhem lá outra vez.

Ah, um pequeno apontamento para falar, ainda, de Noiserv, que deu um concerto bem giro ao ínicio do segundo dia de concertos, e de Chromeo, que também me pareceu estar a fazer um bom trabalho no palco EDP, no final do mesmo dia. Pena que o cansaço era tanto que já só conseguíamos abanar a cabeça...

2 comentários:

Anónimo disse...

Super Bock, Super Pó!!! :D
Para o ano há mais... lolol ;)

irRita disse...

Carol?...