A aventura no Cáucaso (dia 4, impróprio para pessoas com vertigens)

Segundo dia de caminhadas em Mestia. Para hoje escolhemos "atacar" a montanha do outro lado do vale, oposta à que subimos ontem. Mais ou menos a sul da vila. 
Foi nessas montanhas que nasceram, há uns seis ou sete anos, umas pistas de ski, e é uma zona onde grandes investimentos foram/estão a ser feitos para desenvolver Mestia como um destino para os praticantes da modalidade. Há dois elevadores de ski, um a seguir ao outro, que nos levam até ao cimo da montanha, ao monte Zuruldi. Como a caminhada até lá é de 15km, com um ganho de altitude de perto de 900m, resolvemos tentar a nossa sorte nos elevadores, para encurtar o caminho (e ganhar tempo).

Chegados ao primeiro elevador (Mestia-Hatsvali), deparámo-nos com o mesmo parado. Estão em obras, ao que parece. Há que seguir a pé até ao seguinte, numa caminhada de cerca de 6km, por entre floresta densa primeiro, depois estrada florestal e, por fim, prados verdejantes. O segundo elevador, esse sim, estava a funcionar. E nós lá comprámos bilhete para nos enfiarmos numas cestas de metal, nas quais subimos quase 500m de altitude em cerca de 2km, num período de nove minutos e meio (sim, estavam todos os detalhes descritos!). Com o meu pânico de alturas, foram uns nove minutos de muito sofrimento! Mas as vistas compensam tudo quando, chegados a Zuruldi, a 2350m, temos um panorama desafogado das montanhas ao nosso redor. Junto ao elevador, um bar com terraço, bem ao estilo das estâncias de ski. Sentámo-nos a desfrutar as vistas enquanto bebemos um chá a acompanhar uns pistáchios vindos connosco desde Londres, o que nos valeu ser abordados pela senhora sentada à nossa beira, uma médica belga a viver em Londres.

Depois de efectuada uma boa fotossíntese, seguimos com a caminhada ao longo do topo da montanha, até à estação de televisão. Uma caminhada curta, de cerca de uma hora para cada lado, mas que nos proporciona vistas excelentes para os vales (e montanha) de ambos os lados. Isto misturado com árvores e arbustos a adquirir tonalidades outonais.
Regressamos a tempo para apanhar o teleférico de regresso, agora com Mestia e o seu vale bem aos nossos pés. Impressionante! Mesmo com muito medo, consegui apreciar o quão majestosa a natureza ali se apresenta.

Depois foi regressar à vila pelo mesmo caminho, com a maravilhosa luz dourada do final de dia, e acabar num café chamado "Panorama" a beber uma cerveja com uma vista fenomenal. Voltámos ao mesmo sítio de há dois dias para alguma comida reconfortante e mais música típica (os rapazes eram os mesmos).
Aproveitámos a animação durante algum tempo depois de jantarmos, até recolhermos ao nosso alojamento. Faz frio e o corpo está cansado.

O elevador Mestia-Hatsvali (parado)



Elevador Hatsvali-Zuruldi

No topo da montanha

As montanhas ao nosso redor

A descida no teleférico

Mestia enquadrada pela floresta

A vista do café "Panorama"

Todas as fotografias por Rita Barbosa

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